Topo

Coluna do PVC

A temporada de reforços do Palmeiras em 2015 só tem paralelo em 1993

PVC

30/01/2015 10h26

O Palmeiras anunciou a contratação de Edílson por 1 milhão de dólares. Na semana anterior, falava-se que José Carlos Brunoro, o diretor da época, trabalhava com o meia do Guarani ou com a hipótese de contratar Edmundo, mais caro. Quando Edílson chegou, imaginou-se que a temporada de reforços havia acabado. Mais dois dias e o Palmeiras anunciou Edmundo por US$ 1,8 milhão, a mais cara contratação do futebol brasileiro em todos os tempos.

Naquele janeiro de 1993 também chegaram Roberto Carlos do União São João e Antônio Carlos, voltando ao Brasil depois de seis meses no Albacete, da Espanha. Não foram dezessete reforços, mas se somasse as contratações feitas pela Parmalat desde abril de 1992 quando assinou a co-gestão com o clube, o paralelo com os dias de hoje estará feito. Chegaram Zinho, Mazinho, Edinho Baiano, Daniel Frasson, Jean Carlos, Cuca.

A sequência dos anos Parmalat foi sempre repleta de contratações, mas nem sempre em janeiro. Djalminha e Luizão foram anunciados em outubro de 1995, para montar o time dos 102 gols de 1996. Em dezembro de 1997, o Palmeiras contratou Paulo Nunes e Arce, para montar a espinha dorsal de 1998.

As montagems das equipes foram mais espalhadas. Mas em 1993 era preciso montar um time campeão e não faltou ousadia.

Claro que em 2015 o mercado não oferece de uma só vez craques como Antônio Carlos, Roberto Carlos, Edílson e Edmundo. Dos reforços de Alexandre Mattos, Arouca é o mais certo. Campeão carioca pelo Fluminense, tricampeão paulista pelo Santos, campeão da Libertadores, pode ser um dos líderes de um ciclo que precisa se criar no Allianz Parque.

O elenco atual não tem craques indiscutíveis. Mas foi montado com critério diferente do ano passado. Em 2014, Gílson Kleina queria um time que marcasse no ataque, mas a defesa foi preenchida com Lúcio, lento com seus 36 anos. Hoje o time pode ter Nathan e Vítor Hugo, rapidez na defesa.

O time tem cadência e dois possíveis reservas para Valdivia — ou titulares — com Alan Patrick e Robinho.

Mas também tem velocidade com Dudu.

E tem dois jogadores por posição, mesmo que sem nenhum Edmundo dos velhos tempos.

O elenco é bom e está montado. O técnico é experiente e pode fazer o time jogar.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.