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Coluna do PVC

Os inimigos íntimos de Muricy Ramalho no São Paulo em crise

PVC

31/03/2015 08h35

Muita gente acha que quem mina o trabalho de Muricy Ramalho no São Paulo é João Paulo de Jesus Lopes ou Carlos Augusto de Barros e Silva, dirigentes da primeira passagem do técnico pelo Morumbi.

Nem um nem outro.

Muricy também já sabe que o presidente Carlos Miguel Aidar concorda com a decisão do vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, e pretende mantê-lo no cargo até o final de seu contrato.

Mas todo mundo vê que há algo estranho quando a torcida uniformizada faz protestos constantes ora contra a direção de futebol, ora contra técnico e jogadores, ora contra o preço dos ingressos.

Neste caso, há no mínimo uma falha de marketing.

Depois da vitória sobre o Danúbio pela Libertadores com o menor público do Tricolor no torneio continental desde a primeira fase de 1992, a torcida uniformizada protestou contra o pagamento de R$ 120 pelo bilhete mais barato.

A resposta do então diretor de marketing, Ruy Barbosa, foi de que o preço mais barato é bem menor do que R$ 120. São R$ 40 para sócios torcedores.

De novo aqui fica a ressalva: ninguém tem obrigação de aderir aos programas de sócios-torcedores, mas todos têm o direito de serem informados sobre todas as condições para comprar ingressos.

Se é caro ou barato é outro problema.

Ruy Barbosa estava perdendo o cargo de diretor de marketing na manhã desta terça-feira — saiu da reunião e não foi demitido, continua no posto.

A torcida segue protestanto contra a qualidade do futebol do time, que de fato tem sido sofrível. Protesta também contra técnico e jogadores, apesar de o time estar classificado para as finais do Paulistão e bem classificado na Libertadores. Não há razão para o protesto do tamanho que houve na segunda-feira à tarde em frente ao Centro de Treinamento.

Sobre o preço dos ingressos, o departamento de marketing, conduzido pelo vice-presidente Douglas Schwartzmann, bem que poderia ajudar. No mínimo reforçando que a torcida uniformizada não paga — ou não deveria pagar — R$ 120. Se são os mais presentes poderiam ser também os primeiros a aderir ao programa de sócio-torcedor, como fizeram muitos uniformizados de Palmeiras e Corinthians, de planos melhores e mais numerosos.

Decisões do departamento de marketing poderiam ajudar. As manifestações das torcidas têm atrapalhado.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.