Santos x Palmeiras, Vasco x Botafogo. As finais que o Rio e SP mereciam
A final entre Santos e Palmeiras vai acontecer com um ano de atraso. No ano passado, as semifinais entre Santos e Penapolense, Palmeiras x Ituano permitiam imaginar o clássico na decisão. O Ituano tirou o Palmeiras na semi e venceu o Santos na finalíssima.
Parece um brinde ao campeonato deste ano a final acontecer com um ano de atraso. Ou mais de 50. Você vai ouvir todo mundo falar da final de 1959, a única decisão de fato com Santos e Palmeiras cabeça a cabeça. Mas há outros casos em que palmeirenses e santistas saíram de um clássico festejando o troféu.
Em 1927, o Santos tinha o ataque dos 100 gols, recebeu o Palestra Itália na Vila Belmiro na penúltima rodada e perdeu por 3 x 2. O resultado garantiu o título ao Palestra. Se o Santos vencesse, seria campeão. Em caso de empate, o Palestra ainda poderia ser campeão se ganhasse do Corinthians em seu último jogo — perdeu por 3 x 1.
Em 1947, o Palmeiras venceu o Santos na penúltima rodada por 2 x 1 no Pacaembu, gols de Arturzinho e Turcão — Odair fez o gol do Santos. Em 1968, o inverso. O Santos ganhou por 3 x 1 no Parque Antártica quando faltavam quatro rodadas para o Campeonato Paulista terminar. O Palmeiras priorizou a Libertadores e corria o risco de rebaixamento. A vitória santista por 3 x 1 fechou a luta pelo título e fez a federação paulista mudar o formato, enterrar os pontos corridos, a partir do ano seguinte.
O último encontro decisivo aconteceu em 1996. O Palmeiras fez 102 gols em 30 jogos e no vigésimo nono foi campeão com uma rodada de antecedência, ao vencer o Santos no Parque Antártica por 2 x 0, gols de Cléber e Luizão.
Desta vez, o Santos é um time mais rápido, o Palmeiras está em fase de construção. O primeiro jogo, provavelmente no Allianz Parque, pode ajudar a decidir.
VASCO x B OTAFOGO
Desde 1997 os dois rivais não se encontram numa finalíssima. Em decisões diretas, o Botafogo leva vantagem. Ganhou em 1948 em General Severiano, por 3 x 1 , gols de Paraguaio, Braguinha e Octávio — Ávila fez contra.
Em 1968, o Botafogo foi campeão enfrentando o Vasco no jogo da taça e vencendo por 4 x 0, gols de Roberto, Rogério, Jairzinho e Gérson.
A final voltou a acontecer em 1990, a mais polêmica delas, porque Vasco e Botafogo tinham leitura diferente do regulamento da Federação do Rio no triangular final que também envolvia o Fluminense. Na opinião do Vasco, a vitória do Botafogo forçaria prorrogação. Enquanto o Botafogo dava a volta olímpica com a taça, os jogadores vascaínos receberam uma caravela de sua torcida e deram a volta no gramado festejando o título que mais tarde a Justiça confirmou para os botafoguenses.
Em 1997, a vitória do Glorioso por 1 x 0, gol de Dimba, garantiu a taça.
O Vasco nunca venceu uma decisão direta contra o Botafogo, exceção feita à Taça Guanabara de 1965, época em que o torneio era independente do Campeonato Carioca. Mas saiu de uma fila de doze anos festejando a taça contra o Botafogo com vitória por 2 x 1, gols de Gílson Nunes e Valfrido. Curiosamente, o Vasco tenta sair de uma fila de doze anos neste campeonato de 2015.
O Botafogo parece mais forte, fruto do trabalho incrível de Renê Simões. O Vasco pode dar a Doriva um feito inédito: campeão paulista e carioca em anos sucessivos.
O problema desta final é a percepção de que chegaram os clubes alinhados com a Federação. É a final que o Rio de Janeiro merecia depois de tanta discussão.
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