Luxemburgo lamenta e diz ter sido correto com o Flamengo. Entenda a queda
Vanderlei Luxemburgo chegou ao Rio de Janeiro no mesmo avião em que estavam presentes os dirigentes do departamento de futebol do Flamengo. Despediram-se e quando chegou à sua casa recebeu uma ligação, com a informação de que estava demitido. Não era mais o treinador. A amigo, Luxemburgo confidenciou: "Fui correto com eles e não foram comigo." Ele tem razão.
Não significa que não pudesse haver a troca do comando do Flamengo. O time não jogou bem na maior parte das partidas deste ano, começou o Brasileirão com o pior desempenho de sua história — só em 1975, 1990 e 2001 o rubro-negro somou apenas um ponto nas três primeiras rodadas.
Mas era simples. Bastava deixá-lo avisado de que haveria uma reunião para discutir tudo sobre o departamento de futebol à noite. A notícia já havia vazado, afinal, e diretores fizeram questão de dizer que era as reuniões de segunda-feira à noite tratam de assuntos de rotina. O presidente Eduardo Bandeira de Mello disse isso.
Verdade que demissões de treinadores são assunto da rotina do futebol brasileiro. Rotina do atraso. É provável que a saída de Vanderlei Luxemburgo mexa com os ânimos na Gávea, melhore a qualidade do futebol. Há elenco para jogar melhor, como o próprio Vanderlei admitiu, ao dizer que a briga é pela classificação para a Libertadores. Também é verdade que Luxemburgo não faz um trabalho incontestável desde que retornou do Real Madrid. Desde então, tornou-se um vencedor de títulos estaduais.
Tudo isso era para ser levado em conta na hora de contratá-lo, ano passado, ou de mantê-lo, em dezembro.
Tudo isso também poderia mudar, dados os resultados deste ano. Só não deveria haver de novo uma demissão atrapalhada, em que o técnico é o último a saber.
Foi assim com Jayme de Almeida.
É também assim com Vanderlei Luxemburgo, que tem razão em seu desabafo. Quando recebeu a sondagem do São Paulo, Luxemburgo foi correto. O tratamento na hora da saída deveria seguir o mesmo caminho.
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