O que se espreme da entrevista coletiva do presidente da CBF
Quem conhece Marco Polo Del Nero de perto costuma notar que ele não mexe as sobrancelhas. Isso torna seus pensamentos muitas vezes indecifráveis. Quem assistiu à entrevista coletiva do final desta manhã pode ter ficado exatamente com essa impressão.
O presidente da CBF diz estar perplexo, mas sua expressão facial não muda.
A rigor, só três questões são fundamentais para extrair do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. A principal é entender como os contratos da CBF investigados pelo FBI podem ser divulgados. Sobre isso, Marco Polo respondeu que a CBF é uma entidade privada, que seus sócios pedem sigilo e ela mantém porque a lei lhe garante este direito. Não está errado nem certo. Como a CBF tem caráter público, é justo que se peça para conhecer tudo o que se assina.
A segunda questão relevante é como a CBF tratará seu vice-presidente, preso em Zurique. Marco Polo foi correto, preparado, na resposta. Diz que está chateado com a situação do amigo, perplexo, mas como presidente da CBF deve cuidar do interesse da entidade. É a lógica para retirar o nome de José Maria Marin da fachada do edifício na Barra da Tijuca. Quem pode se incomodar com tal decisão é Marin. A imagem da CBF não precisa estar ligada ao nome de alguém acusado de corrupção — diga-se, o prédio nunca deveria ter recebido o nome de Marin.
Nesta resposta, a única acusação possível é de cinismo.
A terceira questão é a principal. De acordo com os documentos do FBI, há um cooperador número 12, não identificado, mas cujo perfil indica ter sido dirigente da CBF, da Conmebol e da Fifa. A pergunta foi feita pelo Uol, mas de maneira direta. "É o senhor?" A que Marco Polo respondeu: "Eu não sou!" A questão fundamental é como ele avalia o fato de ter o perfil semelhante à descrição dos documentos do FBI e se julga haver mais alguém na mesma condição. A essa pergunta, é verdade, só cabe uma resposta: o tempo.
Às 18h, Informações e palpites da rodada voltará a ser o destaque deste blog.
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