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Coluna do PVC

As conquistas e os mistérios dos jogos do Brasileirão às 11h de domingo

PVC

13/07/2015 11h41

O São Paulo levou 59.012 torcedores ao Morumbi, 58.482 pagantes. O maior público do Brasileirão 2015 é também o melhor público de mandante no primeiro turno desde 2010, sem considerar os dois jogos no campo neutro de Brasília em 2013 — Santos x Flamengo e Flamengo x Vasco.

Contabilizado o público presente em vez do pagante, é também o melhor público dos Campeonatos Brasileiros desde 2012, de novo sem considerar os jogos em Brasília.

A conquista de público é inegável. Em dez jogos às 11h, a média é de 28 mil presentes. Cai um pouquinho levando em conta os 35 mil pagantes de Internacional 2 x 0 Coritiba, em vez dos 42 mil presentes. Mesmo assim, a média é de 27 mil por jogo.

O ingresso médio neste horário é de R$ 30. Compare com a rodada de bons públicos no final de semana que terminou. Foram 21 mil espectadores por partida, com ingresso médio a R$ 25.

Nenhuma informação explica tudo.

É claro que a observação óbvia do sucesso dos jogos às 11h tem a ver com a percepção de que há um perfil de torcedor que vai ao estádio e depois vai almoçar com a família. Mas há riscos em qualquer análise a grosso modo. Por exemplo, entender que o torcedor que vai de manhã ao estádio paga um pouquinho mais caro do que o preço médio do campeoanto, como mostrado acima (R$ 30 x R$ 25).

É meia verdade.

Dos cinco grandes públicos dos jogos às 11h da manhã de domingo, três tiveram promoções.

1. O sócio-torcedor do São Paulo, que paga R$ 12, R$ 30 ou R$ 100 mensais pôde comprar o bilhete para o jogo contra o Coritiba por R$ 10.

2. Atlético 1 x 0 Joinville levou 55 mil presentes ao Mineirão, mas os sócios-torcedores que compravam ingressos a R$ 50 tinham direito de levar mais uma pessoa.

3. O jogo Internacional 2 x 0 Coritiba foi realizado logo depois da missa em homenagem a Fernandão, pela lembrança de um ano da morte do ídolo colorado. Havia quase 42 mil pessoas.

O quarto maior público do horário registrou o maior preço médio do ingresso e também a maior taxa de ocupação do estádio. Havia 37.337 espectadores para Palmeiras 0 x 1 Goiás, o que significou 86% de ocupação do Allianz Parque — São Paulo 3 x 1 Coritiba teve 84% de ocupação do Morumbi.

Não havia promoção.

Mas o sócio-torcedor do Palmeiras conhece o processo de milhagem, que dá prioridade a quem vai a todos os jogos. O preço médio de R$ 64 é irreal, porque o sócio-torcedor ouro para R$ 0 (R$ 110 por mês e ZERO pelo bilhete, o que representa preço médio de R$ 36).

Diga-se, o Palmeiras é um fenômeno neste Brasileirão. Tem a melhor média de espectadores do Brasileirão, com 32 mil por partida, e o ingresso médio mais caro, a R$ 64 — claro, com a irrealidade demonstrada acima.

O quinto jogo com bom público às 11h de domingo foi Cruzeiro 0 x 1 Chapecoense. Sócios-torcedores pagavam R$ 30 por um ingresso e R$ 35 para levar um amigo. O Cruzeiro informa que não havia promoção, mas o sócio tinha R$ 5 de desconto em uma entrada.

Abaixo, os jogos disputados às 11h. Analise e tire suas próprias conclusões:

Grêmio 3 x 3 Ponte Preta – 11.920

Figueirense 0 x 0 Vasco – 11.004

Palmeiras 0 x 1 Goiás – 37.337

Santos 2 x 2 Sport – 13.481

Internacional 2 x 0 Coritiba – 35.766 (41.954 presentes)

Ponte Preta 0 x 0 Goiás – 9.840

Cruzeiro 0 x 1 Chapecoense – 33.643

Atlético Mineiro 1 x 0 Joinville – 55.987 presentes (não foi divulgado o público pagante)

Avaí 2 x 2 Sport – 8.116

São Paulo 3 x 1 Coritiba – 58.482 (59.012 presentes)

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.