Topo

Coluna do PVC

No sorteio com cabeças de chave, todo mundo se deu mal

PVC

04/08/2015 17h19

A maior novidade do sorteio das oitavas de final da Copa do Brasil é não haver o cruzamento pré-determinado até a decisão. Por isso, é impossível dizer que o maior beneficiário foi o Atlético Mineiro, time que luta pelo bicampeonato inédito. Se tivesse o Figueirense como rival das oitavas de um adversário frágil nas quartas, pronto: estaria feito o desenho do bi.

Mas o Atlético não sabe contra quem jogará nas quartas de final, porque haverá outro sorteio.

Na Inglaterra, também funciona assim. Mas há uma diferença, em relação à escolha dos adversários nas oitavas. Os times podem se enfrentar independentemente do ranking.

Se a Copa do Brasil é o torneio mais democrático, não precisaria haver sorteio com base no ranking. Podia ter Paysandu x Figueirense, por exemplo.

Mas é claro que ter Flamengo x Vasco, Corinthians x Santos é bem mais legal.

No sorteio com cabeças de chave, o pior cenário seria pegar o Palmeiras, nas oitavas. Porque Vasco e Santos — ainda — estão na briga para fugir das últimas posições e, dependendo de como chegarem às semanas das oitavas, terão o Brasileirão como prioridade. O Palmeiras é o mais forte dos gigantes colocados no pote menos nobre. O Cruzeiro não teve a sorte de enfrentar um rival menos significativo, mas poderá decidir em casa.

Marcelo Oliveira, bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro, criticado pela torcida mineira por não vencer mata-matas, contra Vanderlei Luxemburgo, bicampeão brasileiro pelo Palmeiras, criticado por não ter vencido nem Libertadores nem Copa do Brasil.

Importante também o confronto carioca. Se o Vasco eliminar o Flamengo, o efeito moral pode ser definitivo para os rubro-negros, para que saiam da disputa pela Libertadores. O inverso também pode ser verdadeiro.

Se o Vasco eliminar o rival, talvez assim o respeito volte, enfim. Mas se não voltar, vai ser difícil reerguer a cabeça para jogar o Brasileirão brigando para fugir do rebaixamento. O clássico da Copa do Brasil pode ter efeito no Brasileirão.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.