Resultados, preconceito, política... O cardápio da queda de Cristóvão
Cristóvão sai do Flamengo magoado com o que julga ter sido racismo. De fato, há dos mais anônimos a até alguns relevantes comentários que não existiriam se Cristóvão não fosse negro. Cristóvão Borges, nome do técnico do Flamengo, que saiu do cargo oficialmente em comum acordo com a direção do Flamengo nesta quinta-feira.
Uma pena!
Cristóvão Borges é bom técnico.
Como a maior parte dos treinadores do Brasil, não teve tempo para trabalhar. Assumiu no dia 31 de maio. Hoje não é 31 de agosto, ainda. Quer dizer que não deu três meses.
Como em sã consciência alguém pode esperar evolução tática em dois meses e meio? Como em condições normais, alguém que conheça futebol pode julgar um trabalho bem estruturado em 12 semanas?
Com o agravante da temporada brasileira, que tem um jogo a cada três dias e um treino a cada oito, com sorte.
Pois Cristóvão Borges foi vítima disso e alguns comentários no twitter de anônimos fazendo referência à sua raça negra impedem que se pense que não houve racismo. Nem vou citar as mensagens que me chegaram para não dar nome a quem tem apenas uma conta no twitter e ninguém sabe quem é, nem Cristóvão, que se aborreceu com o que leu.
Então houve preconceito, sim.
E houve a questão política, porque a eleição rubro-negra marcada para dezembro esquenta os ânimos. Nem que o presidente Eduardo Bandeira não queira. Há um embate ferrenho da chapa azul dividida. Um dos questionamentos de Walim Vasconcellos e Luiz Eduardo Baptista, o Bap, dizem respeito ao Flamengo continuar sendo um clube comum, que contrata e demite treinadores sem medir resultados. Também aconteceu enquanto os dois estavam na cúpula. Com Dorival Júnior, Jorginho, Mano Menezes — por vontade dele — com Ney Franco…
Se o Flamengo quer ser um clube diferente, precisa ter planejamento. Muito mais do que política.
Muito mais do que pensar em quanto a classificação do Campeonato Brasileiro pode interferir no resultado das eleições. O planejamento pode interferir no resultao de o Flamento ser ou não ser um clube que dispute o título brasileiro e da Libertadores todos os anos.
Claro que no frigir dos ovos, Cristóvão foi condenado por não ter resultados em dois meses e meio, o que faz vítima qualquer treinador do nosso pobre futebol.
No caso dele, houve agravantes, citados acima. Que parecem condenar ainda mais nosso futebol a não ter o planejamento necessário para vencer a médio prazo.
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