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Coluna do PVC

Deu errado! Vamos nos lembrar de Ronaldinho no Fluminense daqui a dez anos?

PVC

29/09/2015 06h53

A primeira pergunta da maioria dos programas esportivos, quando o Fluminense anunciou Ronaldinho Gaúcho nas Laranjeiras, foi: vai dar certo?

Muita gente disse que não. A resposta deste colunista sempre foi que poderia dar certo se Ronaldinho fosse a cereja do bolo, não jogasse sempre e fosse mantida a estrutura do time que fazia o Flu surpreendentemente brigar por vaga na Libertadores.

Quando Ronaldinho estreou contra o Grêmio, o Fluminense estava em sexto lugar. Subiu para a quarta colocação e terminou assim o primeiro turno. Em seguida, despencou.

Do sexto lugar antes da estreia, bateu em 14º e agora ocupa a 12ª posição na tabela.

Com Ronaldinho no Brasileirão foram sete jogos, três vitórias e quatro derrotas. Ao todo, nove partidas, quatro vitórias, um empate e quatro derrotas.

Números que agora produzem outra pergunta: daqui a cinco, dez anos, você se lembrará facilmente que Ronaldinho Gaúcho jogou pelo Fluminense?

Ou será como jogadores de passagens rápidas e obscuras de fim de carreira. Careca, do Napoli, jogou pelo Santos, Rivaldo, pelo Cruzeiro, Roberto Dinamite, no Campo Grande.

Ronaldinho Gaúcho foi o melhor jogador do mundo entre 2003 e 2007, ganhou os prêmios da Fifa em 2004 e 2005, mas no fim de sua passagem pelo Barcelona já se discutia por que não conseguia repetir a qualidade do passado. Futebol não é como andar de bicicleta, atividade que nunca se esquece. Futebol exige preparo físico e dedicação. Quando você estica uma bola, o zagueiro sai atrás e chega à sua frente, é tempo de pensar no que você está fazendo. Ou quando você pensa no drible certo e ele sai errado.

Ronaldinho passou pelo Milan, jogou bem pelo Atlético Mineiro e foi brilhantemente uma das razões do time ser campeão da Libertadores, depois caiu de produção e não convenceu o técnico Levir Culpi da necessidade de sua presença, foi vice-campeão mexicano pelo Querétaro, mas saindo do banco de reservas. Todas estas passagens ficarão marcadas, abaixo do que ele poderia, mas com resultados importantes — vice-campeão no México… nada mau!

Mas no Fluminense…

Assim como Eurico Miranda dizia que havia 90% de chance de ele acertar com o Vasco, e agora pode estar aliviado, há 90% de possibilidade de você não se lembrar que Ronaldinho jogou pelo Fluminense. Hoje, é capaz dele também querer esquecer.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.