Topo

Coluna do PVC

O problema não é perder para a seleção chilena. Antes fosse...

PVC

09/10/2015 00h17

O Brasil sofreu sua oitava derrota para o Chile em 69 partidas oficiais. Não é esse o problema. O Chile tem uma ótima seleção, jogou em casa, a seleção continua sem perder partidas de eliminatórias como mandante…

Mas…

Cadê o jogo?

Eis o problema.

A seleção jogou boas partidas antes da Copa América, marcava, atacava, tinha velocidade e eram… amistosos.

Nos jogos oficiais, falta confiança, falta experência aos jogadores que poderiam decidir e têm 23 anos, mas acima de tudo falta jogo coletivo.

O futebol mundial joga à base de triângulos. Douglas Costa recebe a bola no Bayern e tem sempre duas opções de passe.

Na seleção, recebe na ponta-esquerda, Marcelo está dez metros atrás, Willian está na ponta direita, 60 metros distante, Oscar está perto de Hulk, a trinta metros.

Não há opção de passe e então não se joga futebol. Pelo menos não a modalidade denominada football association. Joga-se futebol individual.

Dá-lhe tentativa de drible, perda de posse de bola e lá vem o Chile para cima.

O Chile tem uma ideia de jogo, desde Marcelo Bielsa, rompida no curto período de Claudio Borghi, recuperada com o excelente Jorge Sampaoli. Contra o Brasil, jogou com o terceiro zagueiro, Francisco Silva, como só fez contra a Argentina, na Copa América. Significava respeito pelo adversário forte. Até Sampaoli perceber que o Brasil não conseguia jogar e só fazia isso quando Daniel Alves avançava. Mudou do 3-5-2 para o 4-3-3 e atacou o setor de Daniel com Mark González no lugar de Silva, ainda no primeiro tempo.

Enquanto isso, o Brasil tem a mesma falta de imaginação do jogo individual.

Isso precisa mudar. Rápido.

Ganhar da Venezuela, classificar-se para a Copa do Mundo, perder quatro ou cinco vezes nas eliminatórias. Não é disso que se está falando.

É sobre como o Brasil vai voltar a ter uma seleção capaz de vencer qualquer adversário em qualquer lugar.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.