Corinthians recordista de público pode ajudar Flamengo a levar mais torcida
O recorde de público em Itaquera, com os 44 mil pagantes contra o São Paulo, fez o Corinthians ultrapassar o Flamengo e assumir a posição de líder em público no Campeonato Brasileiro. Faz três semanas, este blog cantou a bola de que isto estava prestes a acontecer. E a razão de se perceber que a liderança mudaria é também a chave para o Flamengo transformar a relação entre os rubro-negros e a arquibancada.
Quando a gestão de Eduardo Bandeira começou, o então diretor de marketing Luiz Eduardo Baptista, o Bap, costumava falar sobre a necessidade de valorizar o time e os jogos, cobrando alto para quem vai ao estádio.
A questão não é essa. O desafio não é arrecadar mais. É encher mais o estádio.
Não existe (na opinião deste blogueiro) um processo de elitização do futebol brasileiro. Ou não se cobraria R$ 10 a R$ 20 para jogos de Figueirense e Chapecoense. Alguém dirá que os ingressos do Corinthians custam, em média R$ 59 e do Palmeiras R$ 63. Mas o caso palmeirense é emblemático. Se 60% dos torcedores são sócios Avanti e se no Gol Norte boa parte paga ZERO, o ingresso médio só alcança esse valor porque o borderô inclui o preço cheio, sem o desconto de até 100% oferecido aos Avantis — a briga com a W. Torre pode ser uma das razões disso.
O Corinthians cobra caro, mas no Fiel Torcedor, como no Avanti, quem vai mais vezes ao estádio paga menos no ingresso. Se você estiver em todos os jogos, terá benefício no preço e preferência na compra. Razão pela qual todos os bilhetes para Palmeiras x Santos, dia 2 de dezembro, já estão esgotados pela internet para sócios que têm mais de 80% de presença e por isso puderam adquirir o ingresso no primeiro processo de pré-venda — a venda só abriria na quarta-feira.
Isso não é elitizar. É fidelizar.
O que não pode mais é o clube ter o estádio vazio em 80% do ano só porque alguém quer decidir no domingo na hora do almoço se vai ao jogo às 5 da tarde.
Por que o Flamengo tem a maior torcida do Brasil e não tem o maior público nos estádios? Porque sua lógica de venda de ingressos segue a história do futebol brasileiro. Como nos anos 60 e 70, jogo grande tem público grande, jogo pequeno tem estádio vazio.
A mudança necessária no futebol brasileiro não é arrecadar mais com a bilheteria. É ter o estádio mais cheio e daí arrecadar com venda de todos os tipos de produtos disponíveis no estádio. Da camisa oficial ao copo de cerveja ou refrigerante. Quanto mais gente, mais empolgação dos jogadores, mais bonito o ambiente para a televisão, mais grandioso o espetáculo e, por último, mais dinheiro nos cofres.
Repetir o sistema de milhagem, com benefícios para quem vai mais vezes ao Maracanã é o que vai fazer o Flamengo encher o estádio quando o jogo for bom e quando for ruim. Como o Palmeiras, terceiro em público, décimo colocado na tabela. Ou como o Corinthians, que hoje pode até bater no peito e dizer que tem mais torcida do que o rubro-negro.
Na verdade, não tem.
Mas no estádio tem.
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