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Coluna do PVC

Vender nunca fecha a conta e o Corinthians é exemplo disso

PVC

29/01/2016 17h31

Tite ficou bem insatisfeito quando soube da possibilidade de perder Malcom, seu sexto titular. Foi por isso que o Corinthians correu rapidamente atrás de Giovanni Augusto, num negócio que envolverá a chegada imediata do centroavante André e será concluída no fim de semana. Como Tite confia em Yago, é possível dizer que o novo Corinthians está perto de ter um desenho, mas bem diferente do ano passado: Cássio, Fágner, Felipe, Yago e Uendel; Bruno Henrique e Elias, com a chance de Williams ser o primeiro volante; Giovanni Augusto, Guilherme e Romero; André.

O Corinthians não queria vender ninguém e precisou se desfazer porque os chineses pagaram as multas e o Monaco também. É diferente a situação de Malcom, que se encantou com a proposta do Bordeaux.

Faça as contas. O Corinthians recebeu em torno de R$ 80 milhões com as saídas de Gil, Ralf, Jádson, Renato Augusto, Vágner Love e Malcom. O valor calcula as porcentagens do clube por cada negócio.

Não é pouco dinheiro.

Mas o Corinthians já gastou R$ 5,7 milhões para contratar Guilherme e deve gastar R$ 17 milhões para ter Giovanni Augusto. Há valores menores para trazer Vílson e Marlone. E o clube vai arrecadar R$ 30 milhões se ganhar a Libertadores. A chance de vencer era maior com o time pronto, o campeão brasileiro do ano passado.

Quer dizer que o Corinthians pode gastar e deixar de ganhar R$ 53 milhões, dos R$ 80 milhões que arrecadou. Sobram R$ 27 milhões para perder o time.

Normalmente se faz a conta do dinheiro que entra e raramente do dinheiro que sai. É assim desde Sócrates. Quantos clubes brasileiros você conhece que dizem precisar vender para fazer receita e ficam sem dinheiro assim que perdem seus principais jogadores?

É assim desde que o Corinthians vendeu Sócrates em 1984 e usou o dinheiro para contratar Arturzinho, Dunga, Lima, Paulo César Capeta, De León e Serginho Chulapa. Em 1985, sete meses depois de vender Sócrates, o Corinthians anunciou a Sele-Corinthians.

Não ganhou nada.

O Corinthians só voltou a ser campeão em 1988.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.