Por que os grandes não ganham dos pequenos no Campeonato Paulista

Para tudo você pode olhar com diferentes enfoques. É justo dizer que o Campeonato Paulista está mais equilibrado, porque os grandes clubes estão mais fracos. Mas há coisas positivas na atual temporada do estadual de São Paulo e a principal é o equilíbrio.

Dos primeiros 25 jogos dos quatro grandes contra pequenos, nove vezes não houve vitória do favorito. São três derrotas e seis empates, o que significa uma surpresa a cada três confrontos. No ano passado, o índice era bem diferente. Dos primeiros 25 jogos, 21 vitórias dos grandes, quatro empates e uma derrota.

O equilíbrio não é sombra do que já existiu no Campeonanto Paulista. Há trinta anos, início do Paulistão de 1986, quando o estadual já não era tão competitivo quanto em outras épocas, houve 12 vitórias, 12 empates e uma derrota nas primeiras 25 partidas dos quatro gigantes contra os pequenos do interior.

Há dois anos, em 2014, a crise do Corinthians favoreceu as surpresas e o íncide fi semelhante ao atual, com dez zebras em 25 partidas.

A questão é que o enfoque mais otimista — que pode ser enganoso — permite ver jogos melhores em gramados onde a bola corre mais. Ferroviária, São Bento e Ituano são bons times. A Ferroviária tem jogadores jovens do Atlético MIneiro, como Wescley.

O equilíbrio faz bem ao Campeonato Paulista. É melhor entrar num jogo sem saber quem será o vencedor do que ter certeza da vitória. Mas é preciso que seja pela qualidade de todos, como acontece na Inglaterra do Leicester. Acredite, até mesmo lá, o discurso hoje passa por uma frase histórica no Brasil. "O campeonato está nivelado por baixo." Na Inglaterra não está. Em São Paulo, há bons sinais, embora seja impossível dizer no que isso vai dar.