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Coluna do PVC

O homem invisível no Corinthians de Tite. E os passes de Luan do Grêmio

PVC

02/03/2016 23h11

O Corinthians jogou nove vezes neste ano, venceu sete e empatou duas. Das sete vitórias, cinco por 1 x 0, contra XV de Piracicaba, Audax, Cobresal, Oeste e Santa Fé.

Claro que não é um problema.

Mas repare como o Corinthians sofre quando seus laterais são marcados. Roa grudou em Uendel e o lateral corintiano teve dificuldade para fazer a saída de bola. Fágner, não. Como Seijas, seu marcador, estava muito mais preocupado em organizar quando o Santa Fé tinha a bola, havia espaço para Fágner sair pela direita. Só que o lateral-direito já tinha errado oito passes e era o recordista de equívocos no momento do gol corintiano.

E estava acompanhado por Seijas no início da jogada, o que fez o goleiro Cássio sair com Rodriguinho.

Que partida fez Rodriguinho! Se você não percebeu, se notou mais os passes curtos, preste atenção como estes toques de leve ajudaram a fazer o Corinthians sair da defesa para o ataque. No momento do gol do Corinthians, Rodriguinho era o líder de passes certos na partida e só tinha um erro de passe – a partir do gol o número de equívocos subiu. Rodriguinho era também o jogador com maior número de desarmes.

Então errou o toque para Fágner, mas desarmou e recuperou a bola na frente. Também esforçou-se para chegar até a linha de fundo e fazer o cruzamento. Na cabeça de Guilherme.

O camisa 10 não tem a capacidade de ler o jogo que Renato Augusto possuía. É mais atacante. Isso pode fazer bem para definir nos momentos mais delicados dos jogos, como aconteceu contra o Santa Fé.

Marcado pelos lados, o Corinthians precisa de uma válvula de escape. Guilherme não vai ajudar nisso e Elias será fundamental quando estiver pronto para retornar. Por ora, é Rodriguinho quem faz este papel.

Em Porto Alegre, o Grêmio não teve a bola. Apenas 43% de domínio, porque atraiu a LDU e tentou a velocidade. Os contra-ataques mortais que definiram o jogo a favor da equipe de Roger Machado tiveram a participação de Luan. Os dois primeiros gols nasceram de passes dele.

Incrível ter sido o mais vaiado no protesto da torcida do Grêmio semana passada. O Grêmio está um ponto atrás do Toluca. Ainda não é o time do ano passado, insinuante, controlador. Mas jogou o suficiente para demonstrar que está no páreo para fazer grande campanha na Libertadores.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.