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Coluna do PVC

São Paulo x Atlético e o fracasso do Corinthians em mais um jogo grande

PVC

04/05/2016 23h50

Foi mais uma noite de erros dos times brasileiros na Libertadores. Até mesmo do Atlético, que abusou dos passes longos e venceu o Racing por 2 x 1 empurrado mais pela torcida do que pela qualidade tática. Também pela grande atuação de Lucas Pratto, autor do gol da vitória, do passe para o primeiro gol, de Carlos, mesmo com um pênalti mal batido e perdido. O terceiro pênalti desperdiçado pelo Atlético em seqüência.

O Racing fez bela partida, explorou o lado direito da defesa atleticana, com Acuña em noite inspirada e Lisandro López atormentando a defesa brasileira. Lembre-se de que Lisandro foi algoz do Atlético no ano passado, disputando as oitavas-de-final pelo Internacional.

Em Toluca, era de se imaginar que o São Paulo tivesse problemas, que voltasse classificado, mas com derrota. Não era de se esperar tantos erros às costas dos dois laterais. Dos dois, mesmo com os três gols do Toluca nascendo do lado esquerdo de seu ataque, setor de marcação de Bruno. Não foi só erro do lateral, porque Rodrigo Caio também apenas observou a bola chegando do lado oposto da grande área.

São Paulo e Atlético disputarão as quartas-de-final em duas das próximas três quartas-feiras, o primeiro jogo no Morumbi, o segundo no Independência. O favoritismo do Atlético é bem relativo, porque o São Paulo tem acertado sua equipe, à parte a derrota no México sem Ganso — erro de Edgardo Bauza. E porque o Atlético precisa corrigir seu meio-de-campo, para ter mais bolas no chão em vez de lançamentos longos.

O outro lado da Libertadores foi o empate do Corinthians por 2 x 2 contra o Nacional. Empate em pênalti inexistente cobrado por Marquinhos Gabriel e com a repetição do que tem acontecido com a equipe de Tite, montada em janeiro. Nos jogos mais pegados, o Corinthians só venceu o São Paulo neste ano. Você já leu sobre isso neste blog, mas vale sempre relembrar as derrotas para o Santos, Palmeiras, Cerro Porteño, empates com Santa Fé, Audax e duas vezes contra o Nacional.

Em todas as partidas, Fágner não conseguiu jogar. Contra o Nacional, em Itaquera, Uendel foi a válvula de escape e o melhor passador da equipe. Mas Elias foi a única maneira de a bola sair com qualidade da defesa para o ataque, com atuação irrepreensível de Ramírez e Espino, os marcadores do lado direito corintiano.

Neste século, ou seja desde 2001, o Corinthians só passou das oitavas-de-final da Libertadores uma vez: só no ano do título, em 2012.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.