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Coluna do PVC

Marcelo Oliveira no Atlético é sinal de que o mundo dá voltas

PVC

20/05/2016 17h26

Era dezembro de 2008, quando Alexandre Kalil foi eleito presidente do Atlético e Marcelo Oliveira dirigia o time principal. Pegou o time em 15o lugar na 17a rodada e entregou em 12o, no final do Brasileirão. Kalil deixou claro desde o primeiro dia que não pretendia contar com Marcelo no comando. Pensou em nomes mais famosos, contratou Émerson Leão, que também não era seu preferido.

Marcelo começou sua carreira solo fora do Atlético a partir dali. Dirigiu o Paraná Clube, foi vice-campeão da Copa do Brasil e campeão paranaense pelo Coritiba. Passou pelo Vasco, chegou ao Cruzeiro e seu nome foi recebido com desconfiança na chegada por sua ligação com o Atlético. Mas o Galo não o queria antes de fazer todo o sucesso na Toca da Raposa. Bicampeão brasileiro e mais tarde campeão da Copa do Brasil pelo Palmeiras.

Marcelo Oliveira está de volta, contratado por Daniel Nepomuceno e com a bênção de Alexandre Kalil: "Tudo mudou desde aquele tempo", diz Kalil.

A percepção dentro da Cidade do Galo é que Diego Aguirre estava atrapalhando um elenco brilhante. Que o Atlético precisa de alguém que não atrapalhe, mais do que um treinador que ajude.

A avaliação é injusta. Aguirre é um técnico estudioso e com qualquer outro o resultado poderia não chegar. Como Aguirre no Atlético, Marcelo foi eliminado nas quartas-de-final da Libertadores duas vezes pelo Cruzeiro. Deixou a Toca da Raposa pelo mesmo motivo, a queda antes de alcançar as  semifinais.

Mas o retorno de Marcelo Oliveira à sua casa é uma história para ser festejada e para receber a saudação de quem espera o sucesso de quem se sente no próprio lar. Marcelo foi meia direita do Atlético que quebrou a hegemonia do Cruzeiro, campeão mineiro em 1976. Fez parte do time mais brilhante da história do Galo, vice brasileiro invicto em 1977. Foi técnico e revelou dezenas de jogadores nas divisões de base. Agora chega com moral de quem ganhou dois brasileiros e com a missão de devolver essa glória ao seu clube de infância depois de 45 anos.

Se vai dar certo é tão duvidoso quanto seria com qualquer outro nome. Mas é de se exaltar quem venceu a desconfiança dentro de sua própria casa.

 

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.