As dificuldades de Cuca no Palmeiras
No dia 14 de junho de 2007, nove anos atrás, o Botafogo goleou o Vasco por 4 x 0. Um show! Talvez tenha sido a partida mais brilhante de um time dirigido por Cuca. Dez dias depois, chegou a notícia de que o exame antidoping de Dodô tinha resultado positivo. Foi o primeiro problema de um time com elenco curto e sem vocação para ser campeão brasileiro. Mas que liderou e deu espetáculo até o final do primeiro turno. Mesmo com André Lima no ataque, substituto de Dodô nas partidas em que o artilheiro dos gols bonitos precisou ficar de fora.
Há grandes diferenças entre aquele Botafogo e este Palmeiras. A principal é a capacidade de investimento. Sem Alecsandro, suspenso, é provável que Cuca peça um centroavante para revezar-se no ataque com Barrios, machucado, e também com Gabriel Jesus, Roger Guedes e Dudu.
Paulo Nobre não é de abrir o bolso. Mas tem dois compromissos neste momento: não perder jogadores e repor peças. Não precisam ser contratações caras, porque Cuca descobre do nada soluções para o elenco. Tchê Tchê e Roger Guedes são os exemplos mais recentes. Mas alguém para o lugar de Alecsandro vai ser necessário.
Cuca prometeu brigar pelo título desde sua chegada. Paulo Nobre é mais discreto. Em entrevista ao Globo Esporte.com, Nobre disse que a promessa é de Cuca. Que como presidente precisa ter mais cautela.
Ora… mais ou menos. A promessa de voltar a brigar pelos títulos mais importantes sempre esteve no discurso de Paulo Nobre desde a primeira eleição. Assim como prometeu ser o presidente das contas sem dívidas, também discursou sobre o Palmeiras entrar em todas as competições para brigar pelas taças.
O maior sucesso da carreira de Cuca aconteceu quando trabalhou com o presidente que discursava junto com ele. Se Cuca dizia que iria brigar para ser campeão da Libertadores, Alexandre Kalil fazia o mesmo.
O exemplo mais exato é das noites de concentrações em 2013. Quando Cuca percebia que o time estava disperso e precisava de duas noites na Cidade do Galo, falava ao presidente Kalil e ele avisava aos atletas: "A decisão é minha, não é do treinador, não!"
Em outras palavras, Alexandre Kalil deu respaldo.
Cuca prometeu brigar pelo Brasileirão e está sedento por isso. Basta conhecer sua história para entender que só há duas maneiras de saciar esta sede: 1. ganhar a taça; 2. perceber que o entusiasmo não é compartilhado pelo discurso de seus chefes.
Desagradar Cuca neste momento é dizer que a promessa é do técnico e não do clube. E julgar que as contas zeradas no fim do ano são contraditórias com a tentativa de ser campeão. As duas coisas podem caminhar juntas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.