Paulo Bento demitido. Máquina de moer técnicos não escolhe nacionalidade
Paulo Bento foi demitido do Cruzeiro na manhã desta segunda-feira, depois de 17 partidas, com 6 vitórias, 3 empates e 8 derrotas. É mais uma vítima da máquina de moer treinadores do futebol brasileiro, embora desta vez seja impossível dizer que não teve tempo para trabalhar. Na verdade, não teve. Mas Mano Menezes em menos partidas deixou impressão muito melhor, ano passado. Tirou o Cruzeiro da 15a colocação na 22a rodada e terminou em oitavo lugar, com 8 vitórias, 6 empates e 2 derrota apenas, uma partidaa a menos do que Paulo Bento realizou.
Apesar de Mano Menezes impedir que se justifique o fracasso de Paulo Bento pelo tempo escasso de trabalho, o português é mais uma história que confirma a teoria de que não importa a nacionalidade. Treinadores fracassam no Brasil independentemente de serem gaúchos, paulistas, cariocas, mineiros, portugueses, argentinos, uruguaios, alemães… De terem preparo ou não terem.
Desde 2005, os clubes da Série A empregaram onze técnicos estrangeiros. Argentinos, como Daniel Passarella, demitido do Corinthians depois de 15 partidas, Alemão, como Lotthar Matthäus, que pediu para sair depois de oito jogos. Espanhol, como Miguel Angel Portugal, que deixou o Atlético Paranaense após 13 partidas. O recordista é Diego Aguirre, semifinalista da Libertadores pelo Internacional em 2015, com 48 jogos no comando.
Paulo Bento estreou no dia 21 de maio e foi demitido em 25 de julho. Como disputou 17 partidas neste período, significa dizer que entrou em campo em média a cada 3 dias. Ninguém treina tendo de recolocar a equipe no gramado em espaço de tempo tão curto.
Por mais que se discutam as qualidades dos treinadores brasileiros hoje em dia, o que mais falha é a cultura. A cada três derrotas, rua! Não importa a cor do passaporte.
Abaixo, dez técnicos estrangeiros na Série A do Brasileirão desde 2005, com o desempenho de cada um.
DANIEL PASSARELLA (Corinthians – 2005) – 15 jogos, 7 vitórias, 4 empates, 4 derrotas
DIEGO AGUIRRE (Internacional – 2015) – 48 jogos, 24 vitórias, 15 empates, 9 derrotas
DIEGO AGUIRRE (Atlético – 2016) – 31 jogos, 16 vitórias, 7 empates, 8 derrotas
EDGARDO BAUZA (São Paulo – 2016) – 46 jogos, 17 vitórias, 12 empates, 17 derrotas
JORGE FOSSATTI (Internacional – 2010) – 33 jogos, 18 vitórias, 6 empates, 9 derrotas
JUAN CARLOS OSORIO (São Paulo – 2015) – 28 jogos, 12 vitórias, 7 empates, 9 derrotas
LOTTHAR MATHAUS (Atlético-PR – 2006) – 8 jogos, 6 vitórias, 2 empates, 0 derrota
MIGUEL ANGEL PORTUGAL (Atlético-PR – 2014) – 13 jogos, 5 vitórias, 2 empates, 6 derrotas
PAULO BENTO (Cruzeiro – 2016) – 17 jogos, 6 vitórias, 3 empates, 8 derrotas
RICARDO GARECA (Palmeiras – 2014) – 13 jgoos, 4 vitórias, 1 empates, 8 derrotas
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