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Coluna do PVC

Rejeição a Ricardo Gomes no São Paulo não faz sentido

PVC

13/08/2016 11h24

Ricardo Gomes foi o último técnico a levar o São Paulo à semifinal da Libertadores, antes de Edgardo Bauza. Foi eliminado pelo Internacional, especialmente por causa de um primeiro tempo extraordinário do rival gaúcho no jogo do Beira Rio. Caiu por causa do gol marcado por Alecsandro no Morumbi. Ou seja, foi melhor do que Edgardo Bauza, que caiu na semifinal com duas derrotas.

Antes de Bauza e Ricardo Gomes, chegar à semifinal da Libertadores era artigo de luxo, depois da decisão de 2006, perdida com Muricy no comando contra o mesmo Internacional.

Logo depois da derrota na Libertadores de 2010, Ricardo Gomes foi demitido do São Paulo. Mas o trabalho foi bom.

Antes do torneio continental, foi o escolhido para substituir Muricy Ramalho e tentar o inédito tetracampeonato brasileiro. Na 35a rodada do Brasileirão, assumiu a liderança, antes do Palmeiras. Faltavam três rodadas, tinha dois pontos de vantagem sobre o Flamengo e o STJD tirou de ação três jogadores são-paulinos num julgamento inexplicável. Dagoberto, Jean e Borges não puderam atuar na 36a e 37a rodadas do Brasileirão.

Sem os três jogadores, o São Paulo perdeu para o Botafogo por 3 x 2 e para o Goiás por 4 x 2. Chegou à última rodada dois pontos abaixo do Flamengo. Precisava ganhar do Sport e torcer para Flamengo e Internacional não ganharem de Grêmio e Santo André, respectivamente.

O São Paulo fez sua parte. Venceu o Sport por 4 x 0. Terminou o Brasileirão em terceiro lugar.

Seis anos depois, Ricardo Gomes volta ao Morumbi. Neste período, levou o Vasco à conquista da Copa do Brasil, objetivo tricolor nesta temporada, o caminho mais fácil para chegar à Libertadores.

Com tudo isso e a situação do mercado, tirar Ricardo Gomes do Botafogo foi um grande negócio para o São Paulo. A melhor escolha possível neste momento.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.