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Coluna do PVC

A Alemanha quer a medalha de ouro tanto quanto o Brasil

PVC

20/08/2016 09h48

Dos 18 convocados pela Alemanha para os Jogos Olímpicos, quatro estavam nas finais do Europeu Sub-21. Mas todos fizeram parte do trabalho de Horst Hrubesch nos últimos quatro anos.

O goleiro Horn, os meias Max Meyer e Gnabry e o zagueiro Ginter terminaram o Euro em terceiro lugar, depois de perderem para Portugal por 5 x 0. Hrubesch gostaria de ter no Rio jogadores como Kimmich, Leonardo Bittencourt, Emre Can, Volland, o goleiro Ter Stegen, todos participantes do Euro. Seus clubes não liberaram.

Os dezoito convocados fizeram parte do trabalho anterior à inscrição para o Europeu sub-21. Sule, Klostermann, Brandt, Selke… Todos trabalharam com Horst Hrubesch na montagem do time. Todos conhecem a maneira como a seleção alemã foi concebida.

Isso vale para os irmãos gêmeos Lars e Sven Bender, campeões europeus sub-19 pela Alemanha, com Hrubesch, em 2008. Sven Bender, do Borussia Dortmund, disputou 7 partidas pela seleção principal. Lars foi convocado para a Euro 2012.  Além dos dois, os meias Brandt e Max Meyer, o zagueiro Ginter atuaram sob o comando de Joachim Löw.

São cinco alemães com passagem pelo time principal contra seis brasileiros.

A grande diferença das duas seleções é Neymar. Isto do ponto de vista da aparência de desinteresse pela medalha de ouro. Quando se dizia que o Brasil era favorito para ganhar a medalha de ouro por causa dos desfalques dos adversários, a única razão objetiva para pensar assim é a presença de Neymar.

Há outra diferença entre Brasil e Alemanha. Os alemães têm um time que se conhece e joga junto, em maior ou menor número de partidas, desde o sub-17. Eles têm conjunto. A classificação para a final é o resultado de um ciclo que, no futebol, não é olímpico, mas prevê participações em campeonatos europeus a cada dois anos. Por isso, a Alemanha é finalista. Porque tem trabalho.

O Brasil tem mais jogadores hábeis, mas também sofreu desfalques. Depois dos sete amistosos preparatórios de Micale, ele não pôde convocar o goleiro Éderson, o lateral Fabinho, o zagueiro Wallace, todos não liberados por seus clubes. Também não pôde contar com Valdivia, do Inter, que se machucou depois de realizar quatro dos sete amistosos. A CBF tentou convocar Thiago Silva e Willian. Não foi possível.

Contra o Japão, o Brasil estreou quatro titulares atuais. Contra a África do Sul, o goleiro Wéverton fez seu primeiro jogo. Ou seja, cinco dos onze titulares não participaram da preparação com Micale.

Os alemães têm quatro anos juntos. O Brasil tem seis jogos apenas, um amistoso e cinco partidas oficiais.

Tudo isso indica que não é como muita gente diz. O Brasil tem de ganhar e se não for assim será vexame. Isto não faz sentido.

 

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.