Futebol dá ao Brasil melhor campanha olímpica da história
A sexta medalha de ouro, recorde na história do Brasil olímpico, e a confirmação da 18a medalha no quadro geral foi oferecida pela seleção de Rogério Micale.
O Brasil é medalha de ouro no futebol pela primeira vez no futebol.
Analisar a conquista e a dificuldade do jogo final é importante a partir desta linha.
Primeiro porque não era obrigação confirmar o favoritismo nem seria fiasco perdê-la em casa, levando em conta que não se fez um trabalho de quatro anos, com o ciclo olímpico utilizando os dois mundiais sub-20. Em 32 dias, o que se pode fazer é estruturar um time incipiente e apostar na habilidade, que continua sendo característica nata dos jogadores brasileiros.
Isso mesmo! A crise da seleção não se deve à falta de jogadores, mas à falta de coerência do trabalho.
O jogo contra a Alemanha seria e foi difícil, porque Horst Hrubesch trabalhou durante quatro anos com estes jogadores, os que chegaram ao Europeu Sub-21 do ano passado e os que não foram convocados no final daquele ciclo. Gente como Brandt, Max Meyer, Selke, Gnabry, Horn, Ginter conhecem-se do trabalho que levou ao terceiro lugar no Europeu sub-21 de 2015, mesmo que vários deles não tenham sido convocados para o torneio vencido pela Suécia.
A seleção de Micale, não. Precisou apostar na habilidade.
Renato Augusto fez um jogo monstruoso! Foi quem mais roubou bolas e quem mais acertou passes. O mesmo vale para Zeca, fenômeno na marcação a Gnabry, que não conseguiu finalizar, apesar de ser o artilheiro do torneio olímpico. Marquinhos e Rodrigo Caio outra vez brilharam, Douglas Santos fez quase tudo certo, mesmo sem conseguir cortar o cruzamento de Toljian para o gol de Max Meyer.
Wéverton, o goleiro convocado porque sabe jogar com os pés, ajudou a ganhar a medalha de ouro com as mãos. Não apenas no pênalti defendido de Petersen, mas também no primeiro tempo, quando a Alemanha chutou três vezes no travessão e outra para Wéverton consagrar-se.
Neymar foi um capítulo à parte. Foi maestro e foi artista. Deixou três companheiros na cara do goleiro Horn, como se fizesse questão de dizer ao mundo que a medalha de ouro foi vencida por uma seleção talentosa, não por um jogador espetacular. Maestria! Deu dribles que levantaram o Maracanã e entortaram os zagueiros alemães. Terminou a prorrogação sem condição de puxar nenhum contra-ataque, com o pé direito machucado. O mesmo pé que marcou um dos gols mais brilhantes da história do Maracanã. O mesmo que cobrou o pênalti decisivo e garantiu a medalha de ouro ao Brasil.
Vale comprar uma camisa 10 da seleção amanhã e mandar escrever Neymar nas costas.
20/agosto/2016
BRASIL 1 x 1 ALEMANHA
Local: Maracanã (Rio de Janeiro); Juiz: Alireza Faghani (Irã); Reza Sokhandan, Mohammadreza Mansouri; Gols: Neymar (falta) 26 do 1º; Max Meyer 13 do 2º; Cartão amarelo: Zeca (29'), Gabriel (42'), Selke (48'), Sven Bender (82'), Sule (88')
BRASIL: 1. Wéverton (9), 2. Zeca (8), 4. Marquinhos (7,5), 3. Rodrigo Caio (7,5) e 6. Douglas Santos (7,5); 12. Walace (6) e 5. Renato Augusto (8,5); 9. Gabriel (5,5) (17. Felype Anderson 24 do 2º (5,5)), 10. Neymar (10) e 11. Gabriel Jesus (7) (8. Rafinha 4 do 1º da prorrogação (7)); 7. Luan (7,5). Técnico: Rogério Micale
ALEMANHA: 1. Horn (6,5), 2. Toljian (7), 4. Ginter (6), 5. Sule (6) e 3. Klostermann (5,5); 6. Sven Bender (6,5) e 8. Lars Bender (5,5) (16. Promel 22 do 2º (6)); 11. Brandt (5), 7. Max Meyer (7,5) e 17. Gnabry (5,5); 9. Selke (4,5) (18. Petersen 31 do 2º (4)). Técnico: Horst Hrubesch
Nos pênaltis – Ginter (Gol), Renato Augusto (Gol), Gnabry (Gol), Marquinhos (Gol), Brandt (Gol), Rafinha (Gol), Sule (Gol), Luan (Gol), Pettersen (Wéverton), Neymar (Gol)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.