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Coluna do PVC

Palmeiras lança candidato à presidência com paz política inédita

PVC

20/09/2016 09h40

O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, confirmou na segunda-feira o nome do vice-presidente, Mauricio Galiotte, como candidato à sua sucessão. Diferente das eleições presidenciais dos últimos vinte anos, há um consenso tão grande em torno do nome de Galiotte a ponto de ser possível dizer que ele será o novo mandatário. No grupo de situação, até o início do ano, havia apenas uma outra possibilidade: Genaro Marino. Na oposição, a dez dias da inscrição das chapas, não há ainda uma candidatura definida.

Uma das razões desta paz política inédita nos últimos vinte anos é a capacidade de aglutinação de Mauricio Galiotte. Até mesmo opositores à gestão de Paulo Nobre, nos últimos quatro anos, entendem que Galiotte tem diálogo e história para ser o presidente. Nos próximos dez dias, ainda é possível que surja um nome de oposição para que não se vá à eleição com candidatura única. Mas não há mobilização em torno de um nome, como houve com Décio Perin, derrotado por Paulo Nobre em 2013, ou Wlademir Pescarmona, vencido em 2015.

Há uma hipótese em torno do nome de Vicente Criscio, mas a mobilização diminuiu justamente por não haver restrições ao nome de Galiotte. "Este momento de aparente tranquilidade é também um reconhecimento de que as coisas melhoraram na gestão do Paulo Nobre", diz um dos conselheiros do grupo de situação.

A percepção é de que o Palmeiras melhorou nos últimos quatro anos. Da segunda divisão em janeiro de 2013, ao título da Copa do Brasil e à liderança do Brasileirão. Os resultados do futebol ampliam essa percepção, embora seja justo dizer que muita coisa precisa ser feita para que o Palmeiras se estabilize no grupo dos clubes que disputam títulos todos os anos.

Ainda se paga R$ 1,5 milhão por mês pelo contratação de Valdivia, mas essa conta terminará em dezembro. A partir daí, a dívida bancária do clube desaparecerá. O clube tem refinanciados seus débitos fiscais e o grande credor hoje é Paulo Nobre. O Palmeiras devia R$ 110 milhões ao presidente. A dívida, aprovada no Conselho Deliberativo, já foi quitada em 35%.

Galiotte fala sobre a intenção de fazer o Palmeiras ser mais forte nos próximos anos. No passado, um desejo do clube era ter paz, sem trocas de ofensas, nem acusações de lado a lado no período eleitoral. Historicamente, a conturbação política levou problemas até ao Centro de Treinamento. Hoje não é assim.

 

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.