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Coluna do PVC

Alguém ainda acha que a geração não é boa?

PVC

10/11/2016 23h38

Da depressão absoluta à euforia total em dois meses.

Calma! Continua sendo apenas o início de um trabalho, o mais promissor dos últimos dez anos.  Porque Tite cativou os jogadores não por sua simpatia, mas por seus métodos de trabalho. Eles respondem.

O jogo contra a Argentina foi diferente do script. O time de Messi quis e conseguiu tirar velocidade do jogo nos primeiros vinte minutos. Trocava passes lentos até achar espaço e colocar Messi no confronto com Fernandinho. Em cinco minutos, o volante brasileiro já tinha cartão amarelo. Poderia ter levado vermelho logo depois, numa falta que freou o contra-ataque argentino.

Tite imediatamente inverteu os papeis e Paulinho passou a dar o primeiro combate no melhor jogador do mundo, com Fernandinho na sobra. Renato Augusto foi para o lado direito, onde passou a ter trocas de posições com Phillippe Coutinho.

Foi assim o primeiro gol. Renato aberto na direita, Coutinho recebendo de Neymar para construir um dos gols tão comuns nas partidas do Liverpool. Que pintura de fora da área.

A Argentina não mudou de estratégia. Seguiu tentando tirar a velocidade do jogo, mas agora com o Brasil confortavelmente instalado para contra-atacar. Foi assim aos 42 minutos, quando Gabriel Jesus encontrou um buraco da fechadura e deixou Neymar frente a frente com Romero: 2 x 0.

O jogo ficou à feição de Neymar, que arrancou, driblou, cavou faltas, chutou bola na trave, foi o regente do olé.

Foram ótimas as atuações do zagueiro Marquinho, de Renato Augustos e de Gabriel Jesus.

Foi espetacular a exibição de Phillippe Coutinho

E Paulinho! Que partida! Conseguiu fechar os espaços para Messi, quase fez um gol passando pelo goleiro Romero — chutou desequilibrado — e marcou o seu, o do 3 x 0.

É preciso lembrar sempre que é o início do trabalho e que o objetijvo não é vencer a Argentina, mas chegar forte na Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Bom lemvrar de que a Argentina de Edgardo Bauza não se acertou ainda e por isso foi presa fácil no Mineirão. Mas era preciso recuperar a confiança e vencer no palco da semifinal da Copa ajuda muito. Ganhar do grande rival mais ainda.

Hoje, há um trabalho sério e ele dá demonstrações de que a crise da seleção nunca foi por falta de talento.

A geração é ótima. Os jogadores estão felizes e a torcida mais ainda.

10/novembro/2016

BRASIL 3 x 0 ARGENTINA

Local: Mineirão (Belo Horizonte); Juiz: Julio Bascuñan (Chile); Renda: R$ 12.726.250; Público: 53.490; Gols: Coutinho 24, Neymar 42 do 1º; Paulinho 13 do 2º; Cartão amarelo: Fernandinho, Marcelo, Funes Mori

BRASIL: 1. Alisson (6,5), 4. Daniel Alves (6), 13. Marquinhos (7), 3. Miranda (6,5) (14. Thiago Silva 41 do 2º (sem nota)) e 16. Marcelo (6); 5. Fernandinho (5,5); 11. Coutinho (8,5) (7. Douglas Costa 39 do 2º (sem nota)), 8. Renato Augusto (6,5), 15. Paulinho (8,5) e 10. Neymar (8,5); 9. Gabriel Jesus (7) (21. Firmino 36 do 2º). Técnico: Tite

ARGENTINA: 1. Romero (6), 4. Zabalera (5,5), 17. Otamendi (6), 15. Funes Mori (6) e 15. Más (5,5); 8. Enzo Pérez (6) (11. Aguero, intervalo (5)), 6. Biglia (6,5), 14. Mascherano (6) e 11. Di Maria (5,5) (16. Correa 26 do 2º (5)); 10. Messi (6,5) e 9. Gonzalo Higuain (5,5). Técnico: Edgardo Bauza

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.