A Ventura d'Italia
Gianluigi Buffon avisou em entrevista ao jornal La Gazzetta dello Sport, semana passada, que a Suécia faria tudo à perfeição. O time de Janne Andersson segue a cartilha do 4-4-2 de maneira disciplinada. Todo mundo sobe junto ao ataque, retorna junto à defesa. "Se jogamos uma partida nota 6, perderemos. Se jogarmos 6,5, empatamos. Se disputarmos um jogo nota 7, vamos ganhar", disse Buffon.
A Itália fez uma partida nota 6.
Nada imperfeito, mas sem brilho nem talento. Verratti, o jogador diferente do meio-de-campo, passou a bola burocraticamente. Ainda levou o cartão amarelo que o tira do jogo de volta, em Milão. O melhor da Itália foi Darmian, autor de um cruzamento perfeito para Bellotti cabecear no início da partida, rente à trave. Depois, de um chute na trave, quando o jogo já era vencido pelos suecos.
A Suécia também não fez nada genial. Tirando uma bola entre as pernas de Barzagli, o meia Forsberg, do Leipzig, o mais perfeito de seus jogadores perfeitos, não produziu quase nada. O centroavante Berg, ex-PSV, meteu-se em confusão com Chiellini minutos antes do gol de Johansson, meia do AEK Atenas, que substituiu Ekdal, do Hamburgo, durante o segundo tempo.
A Suécia fará outro jogo firme, sem brilho, em Milão. Grande chance de fazer um gol, o que obrigará a Itália a marcar três. Mais um sinal do equilíbrio existente nos dias atuais entre as grandes seleções. A Itália é a 15a colocada no ranking da Fifa. A Suécia, 25a., já tirou a Holanda da Copa, vigésima colocada.
O pecado da Itália é confiar seu destino ao técnico Giampiero Ventura, que lançou a Azzurra numa viagem estranhamente comprada pela imprensa italiana, de cultura tática extremada, de dizer que seu time jogava num 4-2-4, porque usava dois pontas na linha de quatro homens do meio-de-campo, Candreva pela direita, Insigne pela esquerda.
Na hora de decidir, a Itália jogou num bom 3-5-2, estruturado, mas sem talento nem criação. Apostar em Ventura foi aventura.
Ganhar da Suécia e ir à Copa da Rússia não será fácil.
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