O último invicto
Dos quarenta clubes das Séries A e B, o Atlético Paranaense é o único que ainda não sofreu derrotas em 2018. São 15 jogos, com 8 vitórias e 7 empates. Das 15 partidas, só quatro vezes Fernando Diniz sentou-se no banco de reservas, com uma vitória e três empates pela Copa do Brasil. Pelo Campeonato Paranaense, o responsável é Tiago Nunes, contratado para dirigir o time sub-20, que assumiu o sub-23 e conduz a equipe no estadual.
A curiosidade só aumenta para saber como será o Atlético Paranaense dirigido por Fernando Diniz, no Brasileirão e na Copa do Brasil, especialmente depois do sorteio que o colocou frente a frente com o São Paulo. A primeira chance de Diniz num time de Série A é promessa de ousadia. Na conversa abaixo, o técnico do Atlético Paranaense fala sobre isso:
PVC – Como está o início nesse time que ainda não perdeu?
FERNANDO DINIZ – Está bom. Mas eu fiz poucos jogos.
PVC – Mas o Atlético é o único das Séries A e B que ainda não foi derrotado.
FERNANDO DINIZ – Sim, é verdade. Isso é legal. Para a estatística, é legal.
PVC – O que você achou do clube, da estrutura?
FERNANDO DINIZ – Aqui o nível é muito bom. É muito acima da expectativa, em termos de estrutura, das coisas que temos aqui. Quem vem aqui conhecer se surpreende. Tenho tido as ideias todas muito bem recebidas, está tudo caminhando bem.
PVC – Você acha que sofreu preconceito? Por que demorou para chegar a um clube da Série A?
FERNANDO DINIZ – Preconceito eu não acho, não. Acho que existe conservadorismo. Mas em 2016, eu não fui para um clube da Série A porque eu não quis. Eu recebi nove propostas, duas de clubes grandes, depois do trabalho do Audax.
PVC – Pode dizer quais foram os dois clubes grandes?
FERNANDO DINIZ – Prefiro não dizer. Mas tive propostas e no ano seguinte recebi também ofertas de times da Série B, só que não estavam fazendo boas campanhas e não achei que era o momento de ir.
PVC – Como você enxerga o seu momento como técnico?
FERNANDO DINIZ – No Audax, a gente atingiu um nível muito alto. No futebol brasileiro, o problema é que as pessoas se apegam só ao resultado. Embora o resultado seja, quase sempre, a coisa mais importante, não é a única coisa.Mas no Brasil, o pecado é a falta de convicção. Ninguém tem convicção nas coisas. Onde o vento sopra, a comunicade do futebol vai junto.
PVC – Sua ideia de jogo segue a mesma?
FERNANDO DINIZ – Isso não muda. A questão é melhorar sempre. Acho que a tentativa é fazer jogo construído, jogar bonito. Isso nos deixa mais perto da vitória.
PVC – Pelo que você percebe da estrutura, onde pode chegar no Brasileiro?
FERNANDO DINIZ – Não penso nisso. Te garanto que não. Eu sempre estou convencido de que meu time pode ganhar o próximo jogo. E é assim que eu sigo. Se ganhar sempre o próximo jogo, podemos chegar mais longe. Mas não penso num projeto de seis meses.
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