Todos os lances do caso Carlos Sánchez
As entradas e saídas de diretores no departamento de futebol do Santos, desde o início da gestão José Carlos Peres, podem ter contribuído para que o clube não prestasse a atenção devida à inscrição de Carlos Sánchez. Isso não impede que se cobre da Conmebol ter um serviço mais transparente e funcional. Não pode acontecer em 2018 de uma confederação continental não saber se um jogador está suspenso ou não e não partir dela a informação segura do status de cada atleta. Se o Santos tem culpa e a Conmebol se isenta no caso Carlos Sánchez, o exemplo de Zuculini mostra o despreparo da Confederação Sul-Americana.
Tudo à parte, do ponto de vista jurídico, já era. Por mais que o Santos diga que vai à última instância, o TAS não julgaria antes de 18 de setembro, data do início das quartas-de-final. Resta o recurso esportivo e a lembrança do twitter oficial do Santos sobre a virada sobre o Fluminense em 1995 é perfeita.
Só não é mais precisa, porque daquela vez valia sofrer gols e vencer por 5 x 2, depois de perder por 4 x 1 no Maracanã, levou à final contra o Botafogo. Desta vez, é preciso fazer três gols e não sofrer nenhum para levar para os pênaltis.
Parecia impossível às 13 horas, quando este repórter aproximou-se do Pacaembu e sentou-se para uma refeição no Sujinho, esquina das ruas Consolação e Maceió, 1,1 km do portão de imprensa do estádio. De frente para a Consolação, a visão era de ônibus que passavam lotados, com corpos e bandeiras para fora das janelas e camisas brancas que brotavam descendo em direção ao Pacaembu. A crença estava estampada em cadsa olhar e, mais ainda, quando na entrada da rua Paulo Passaláqua se avistava a arquibancada tingida de branco e se ouvia a palavra "Santos" repetida exaustivamente.
Certamente alguém falou a pataquada de "tem de fazer um gol nos primeiros dez minutos." Pois o Santos fez 1 x 0 aos 25, 2 x 0 aos 30 e não desceu para o vestiário no intervalo para seguir vendo a crença do povo santista nos degraus quentes que denunciavam a aproximação do verão, naquele 10 de dezembro. Macedo fez 3 x 0 aos 5 do segundo tempo, mas Rogerinho diminuiu aos 7. Em vez de murchar, o Pacaembu incendiou-se ainda mais. Camanducaia fez 4 x 1 aos 17 e Marcelo Passos marcou 5 x 1 aos 37. Rogerinho ainda fez 5 x 2. Giovanni recebeu nota 10 da revista Placar, caso raríssimo na história do troféu Bola de Prata.
Houve dias tão gloriosos quanto aquele 10 de dezembro, no mesmo Pacaembu. Os 7 x 4 no Corinthians, em 1964, os 2 x 1 no Peñarol, da terceira estrela de Libertadores. Mas aquele 5 x 2 é inspirador.
10/dezembro/95
SANTOS 5 x FLUMINENSE 2
Local: Pacaembu (São Paulo); Juiz: Sidrack Marinho do Santos (SE); Renda: R$ 336 289; Público: 28 090; Gol: Giovanni (pênalti) 25 e 30 do 1º; Macedo 5, Rogerinho 7, Camanducaia 17, Marcelo Passos 37 e Rogerinho 39 do 2º; Cartão amarelo: Marcos Adriano, Carlinhos, Ronald e Aílton; Expulsão: Ronaldo 18 do 2º
SANTOS: Edinho (7), Marquinhos Capixaba (6,5), Ronaldo (5), Narciso (6) e Marcos Adriano (7); Gallo (6) e Carlinhos (7,5); Macedo (7), Giovanni (10), Marcelo Passos (6,5) (Pintado 39 do 2º (sem nota)), (Marcos Paulo 21 do 2º (sem nota)) e Camanducaia (7,5) (Batista 31 do 2º (sem nota)). Técnico: Cabralzinho
FLUMINENSE: Wélerson (6), Ronald (5), Lima (5), Alê (4) (Gaúcho 18 do 2º (sem nota)) e Cássio (5); Vampeta (5), Otacílio (5) e Aílton (5,5); Valdeir (5) (Leonardo 46 do 1º (5)), Renato Gaúcho (5) e Rogerinho (6,5). Técnico: Joel Santana
O JOGO: Giovanni marcou dois gols, participou dos outros, armou, defendeu, comandou o time. Numa partida inesquecível, o Santos atropelou o Flu, arriscando no 4-2-4, com dois pontas bem abertos.
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