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Coluna do PVC

Maracanã só terá solução definitiva em 2019

PVC

13/09/2018 12h46

A vida prática do Maracanã não mudou depois da decisão do juiz da 9a Vara, Marcelo Alvarenga Leite, de devolver a administração do estádio ao Estado. A começar porque a decisão leva em conta uma premissa equivocada, ao afirmar que o Estado deve voltar a manter em funcionamento o Célio de Barros, o complexo Júlio Delamare e a Escola Friedenreich. Os estádios de atletismo e natação estão ao largados ao acaso há cinco anos, com o mato crescendo, por absoluto descaso do Estado, (i) responsável por sua administração desde as manifestações de 2013, no governo Dilma.

Ou seja, já houve um novo acordo com o Consórcio Maracanã, que pretendia explorar os três edifícios com shoppings centers e estacionamentos, mas há cinco anos tem apenas o controle sobre o estádio de futebol. Todos os dias, quem passa pela pista de cooper que circunda o estádio percebe o descaso do Estado do Rio com o Célio de Barros, o Júlio Delamare e a Escola Friedenreich.

O estádio de futebol voltou a funcionar. Com problemas, como o estado do gramado, mas criou nos últimos três meses um fato novo: a ocupação por 47 mil pessoas, em média, das arquibancadas em jogos do Flamengo.

Falta muito mais. Mas isso só será resolvido com uma rodada de negociações no próximo governo do Estado.

Até a manhã desta quinta-feira, o Consórcio Maracanã não foi notificado da decisão que cancela a operação pelo consórcio e a devolve governo do Rio. A sentença deve ser entregue à Procuradoria Geral do Estado. O governo tentará cassar a decisão, como tem feito nos últimos anos. Na prática, por enquanto, não muda nada.

Nem mudará durante o período em que o Palácio Guanabara estiver ocupado pelo governo aumentativo do pé e diminutivo da qualidade de vida. Enquanto o governo do Rio não pagar professores e policiais, não vai administrar o Maracanã e seguirá deixando ao relento o Célio de Barros e o Júlio Delamare. Não está em questão devolver o Maracanã ao controle público. A preocupação deve ser como fazer o ex-maior estádio do mundo ser o melhor lugar do planeta para se assistir às partidas de futebol.

E como fazer os edifícios que continuam administrados pelo poder público serem cuidados com o cuidado necessário, sem o risco de vê-los se tornarem novos Museus Nacionais.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.