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Coluna do PVC

O Cruzeiro é o campeão do contra-ataque

PVC

17/10/2018 23h30

Foram apenas dez gols na campanha para ser campeão da Copa do Brasil que registrou a menor média de bolas na rede desde 1990. Talvez por isso, o vencedor tenha se anunciado ainda nas quartas-de-final, contra o Santos, pela sua capacidade de marcar e sair em contra-ataques. Nem sempre em velocidade. Veja que a direção cruzeirense pensa em reforços para 2019 justamente com a chegada de homens velozes, carência do elenco campeão. Mas a precisão, exatidão dos passes para sair em transição é a característica mais forte de uma equipe que quase não erra.

O gol do título, de De Arrascaeta, evidencia isso. Em quatro toques, o Cruzeiro desarmou o Corinthians em sua própria grande área e fez De Arrascaeta ficar frente a frente com Cássio. A frieza do uruguaio foi maior do que a do computador de bordo usado pelo piloto que o trouxe do Japão e pousou em Guarulhos às 16 horas. Dos dez gols cruzeirenses, 40% foram de contra-ataques.

O Cruzeiro finalizou cinco vezes ao gol de Cássio e o Corinthians só chutou duas vezes no alvo, contra Fábio. Uma delas, de pênalti, mal assinalado pelo VAR. Gol de Jádson. A outra, no lindo chute de Pedrinho da intermediária, no ângulo de Fábio. O árbitro Wágner Magalhães preferiu o VAR e marcou falta de Jádson em Dedé. O toque no peito existiu — mas foi para tanto?

Este comentarista não marcaria nem o pênalti nem a falta.

Monstruosa atuação de De Arrascaeta nos 24 minutos que pôde atuar. Mas especialmente de Dedé, um gigante que afastou o perigo 19 vezes, entre desarmes, interceptações e rebatidas.

Podemos discutir a arbitragem em todas as situações do futebol brasileiro, capaz até de desmoralizar o VAR.

Na noite de quarta-feira, mais correto é exaltar o campeão. O Cruzeiro venceu, porque mereceu.

Quarta-feira, 17/outubro/2018
CORINTHIANS 1 x 2 CRUZEIRO – 21h45

Local: Itaquera (São Paulo); Juiz: Wágner do Nascimento Magalhães (RJ); Rodrigo Figueiredo Henrique Correa, Bruno Boschillia: Renda: R$ ; Público: Gols: Robinho 28 do 1º; Jádson (pênalti) 9, De Arrascaeta 37 do 2o; Cartão amarelo: Ralf (8'), Gabriel (18'), Émerson (25'), Fágner (32'), Rafinha (35'), Thiago Neves (39')
CORINTHIANS: 12. Cássio (6,5), 23. Fágner (5,5), 14. Léo Santos (4), 3. Henrique (6) e 35. Danilo Avelar (5); 5. Gabriel (5,5) (22. Matheus Vital 36 do 2º (sem nota)), 15. Ralf (6); 47. Émerson (5) (25. Clayson 36 do 2º (sem nota)); 10. Jádson (7) e 11. Romero (6); 7. Jonathas (5) (38. Pedrinho 21 do 2º (8)). Técnico: Jair Ventura
Banco: 27. Wálter, 34. Pedro Henrique, 13. Marllon, 37. Vílson, 33. Carlos, 17. Thiaguinho, 30. Douglas, 20. Danilo, 22. Mateus Vital, 21. SergioDíaz, 25. Clayson, 38. Pedrinho
CRUZEIRO: 1. Fábio (6,5), 22. Edílson (6), 26. Dedé (9), 3. Léo (6,5) e 29. Lucas Romero (6); 19. Robinho (7), 8. Henrique (6,5), 5. Ariel Cabral (6,5) e 18. Rafinha (6,5) (10. De Arrascaeta 21 do 2º (8,5)); 30. Thiago Neves (5,5) (16. Lucas Silva 35 do 2º (sem nota)) e 28. Barcos (6,5) (17. Raniel 28 do 2º (5,5)). Técnico: Mano Menezes
Banco: 12. Rafael, 4. Murilo, 14. Cacá, 2. Ezequiel, 16. Lucas Silva, 25. Marcelo Hermes, 20. Bruno Silva, 10. De Arrascaeta, 7. Rafael Sóbis, 9. Fred, 17. Raniel, 11. David

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.