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Coluna do PVC

Jardine depende de resultados e de convencer diretores

PVC

12/11/2018 07h46

O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, não tem dúvida em afirmar que o plano A para substituir Diego Aguirre é André Jardine. Disse isso com todas as letras na noite de domingo e não se referia apenas às cinco rodadas até o final do Brasileiro. O desejo é ter Jardine como treinador até o final do ano que vem, pelo menos. Se o projeto vai funcionar, dependerá de resultados, mas também do convencimento de outros integrantes da diretoria.

Menos de uma hora depois do anúncio da saída de Diego Aguirre, já havia divisão de opiniões. Um dos diretores falou em Abel Braga como um nome possível. Abel nunca escondeu o desejo de dirigir um time grande de São Paulo. Mas hoje tem questões familiares que tornam preferível sua permanência no Rio, se houver, por exemplo, um convite do Flamengo. Ocorre que essa definição só haverá depois do dia 8 de dezembro, quando será escolhido o novo presidente rubro-negro.

André Jardine já assumiu o comando duas vezes. Neste ano, foi o treinador na vitória por 3 x 1 sobre o Red Bull, com Diego Aguirre na tribuna, ao lado de Raí, assistindo à equipe que assumiria na rodada seguinte. Naquela vitória, Jardine lançou Liziero. Por conhecer todo o projeto das divisões de base, o jovem treinador é visto como a escolha certa para fazer a transição mais rápida da base para o time de cima.

A avaliação é a de que há muitos jovens jogadores pedindo passagem. A entrada de Luan como segundo volante escancarou isso, com suas boas atuações contra o Flamengo e o Vitória. Houve sucesso em alguns jogos também com Helinho, Araruna, Brenner, sem contar os já negociados Júnior Tavares, David Neres e Luiz Araújo. O São Paulo revela e negocia. A hora pode ser de descobrir e desfrutar. A vantagem de Jardine não é apenas conhecer o projeto. Os times jovens do Tricolor jogam no ataque. Aguirre, na defesa. Escalar Helinho contra o Flamengo foi um custo, por entender que seu estilo é muito mais ofensivo do que a proposta de jogo de resposta. Na base, o ponta ataca. No profissional, marca.

Com Jardine e com tempo de trabalho, o estilo vai mudar.

A decisão de demitir Diego Aguirre levou tudo isso em conta. Também considerou a vantagem de doze pontos para o sétimo colocado. Não há risco de ficar fora da Libertadores e há chance de terminar em quarto lugar. Na reunião entre Leco, Raí e Aguirre, a conclusão foi de que não haveria chance de permanência em 2019. Melhor terminar a relação agora. Também se levou em conta o ambiente ruim no vestiário. Leco admite isso. Esse será o primeiro desafio de André Jardine. O segundo, provar que pode ser para o São Paulo 2019 o que Fábio Carille foi para o Corinthians em 2017.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.