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Coluna do PVC

Atlético Paranaense chega à final descansado por campanha em estadual

PVC

05/12/2018 11h53

Não dá para dizer que seja um único motivo, mas um dos diferenciais do Atlético Paranaense em comparação com outros times brasileiros, na reta de chegada da temporada, é a intensidade. E uma das explicações foi ter poupado a equipe no início de 2018, disputado o Campeonato Paranaense com os atletas sub-23. Em abril, o Furacão venceu o Coritiba na decisão do estado com Caio, Diego Fereira, Zé Ivaldo, Léo Pereira e Renan Lodi; Deivid; João Pedro, Bruno Guimarães, Matheus Anjos e Marcinho; Éderson.

Nas principais competições, Diego Ferreira, Zé Ivaldo, Léo Pereira, Renan Lodi, Deivid, Bruno Guimarães e Éderson foram bastante escalados. Mas a equipe titular recebeu o reforço de apenas três campeões estaduais que se tornaram imprescindíveis: Léo Pereira, Renan Lodi e Bruno Guimarães.

Mesmo o meia Guimarães, um dos destaques da vitória sobre o Fluminense, nas semifinais da Copa Sul-Americana, ganhou o lugar de Wellington na reta de chegada da temporada.

Sem contar os dezesseis jogos da campanha estadual, o Atlético Paranaense chega à decisão continental com 56 partidas disputadas no ano. O goleiro Santos é o recordista, com 50 atuações.

O Palmeiras jogou 74 vezes em 2018, o Grêmio 71. À época da semifinal da Libertadores, o Palmeiras tinha 26 partidas oficiais a mais do que o Boca Juniors e o River Plate havia jogado 22 vezes a menos do que o Grêmio. O Junior Barranquilla entrou em campo 65 vezes na temporada.

Não dá para dizer que este fator é o único. O Atlético Paranaense é uma equipe que mescla estilos. Sabe contra-atacar, mas também amassa o adversário em seu campo, se for preciso ter toque de bola. Ganhou do Fluminense no Maracanã com 35% de posse de bola e teve 58%, com 17 finalizações, contra o Peñarol, na Arena da Baixada. Mescla a velocidade de Nikão, Rony e Marcelo Cirino, com a troca de passes de Lucho González, Jonathan e Raphael Veiga.

Há um ano, Paulo Autuori pretendia transformar a histórica característica atleticana de ter a velocidade com principal arma e ter uma equipe que trocasse passes para se impor aos rivais. Fernando Diniz tentava o mesmo. Tiago Nunes mistura os dois estilos. Essa é a arma do Atlético Paranaense para ganhar a Copa Sul-Americana. Também o descanso.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.