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Coluna do PVC

Fluminense só aguarda o "Sim" para anunciar Fernando Diniz

PVC

14/12/2018 16h11

Fernando Diniz tem questões particulares para solucionar. Não é a questão política do Fluminense o que atrasa sua resposta. Mas ele é o treinador escolhido e deve dar a resposta nos próximos dias. Tudo indica que será o novo treinador nas Laranjeiras.

Vice-campeão paulista de 2016 e rebaixado no ano seguinte, pelo Audax, primeiro técnico do bem sucedido Atlético Paranaense de 2018, mas demitido com o time na zona de rebaixamento, Fernando Diniz é um caso de amor e ódio no futebol recente do Brasil.

Ninguém discute sua capacidade inovadora, sua ousadia na montagem de equipes, seu estilo moderno que sai do lugar comum. Por outro lado, há depoimentos de quem assistiu aos seus treinos ou o viu à beira do campo em jogos treinos que demonstram que seu avanço definitivo pode se dar com melhor relacionamento. Gerenciamento de pessoas faz parte do trabalho do técnico, tanto quanto a parte tática. Fernando Diniz pode avançar muito com este mínimo detalhe.

Há, no Fluminense, um especialista neste assunto. Chama-se Paulo Angioni. O diretor-executivo de futebol tricolor sempre foi uma espécie de ministro secreto das relações interiores. Hábil e silencioso, trabalhou no Vasco, Flamengo, Corinthians, Palmeiras e Fluminense. Ter espaço em cinco dos oito grandes clubes nos dois estados mais influentes do Brasil dá demonstração de sua capacidade de diálogo.

Em 1998, assumiu o departamento de futebol do Palmeiras, como diretor da Parmalat. Felipão vivia um inferno astral. Sua chegada ao Palmeiras aconteceu sob a bênção de Paulo Russo, diretor que se definia como mais "sanguíneo" do que seu antecessor, José Carlos Brunoro. O sangue subiu tanto que Felipão chegou a agredir o repórter Gilvan Ribeiro. Mustafá Contursi estava decidido a demiti-lo. Angioni segurou. A ação de Paulo Angioni, na época, foi importante para que Felipão permanecesse e, em seguida, ganhasse a Copa do Brasil de 1998. Foi o grande impulso para ser ídolo do Palmeiras, como é até hoje.

Fernando Diniz precisa dar o grande salto de sua carreira. Foi bom jogador, com passagens por Palmeiras, Corinthians e Fluminense. É bom treinador, conhece futebol, sabe como se joga nos times mais modernos, é versátil para montar equipes camaleônicas, que mudem de sistema durante um mesmo jogo. No Atlético Paranaense, atuava com três zagueiros e linha defensiva de cinco, como o Fluminense de Abel Braga e Marcelo Oliveira.

Todos os ingredientes para fazer bons trabalhos e entrar no seleto grupo dos treinadores mais conceituados do Brasil. Talvez falte um pouco de tranquilidade. O Fluminense tem alguém que pode ajudar a encontrar isso.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.