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Coluna do PVC

Liverpool dá sinais de que pode ser campeão

PVC

26/12/2018 15h00

O Liverpool não ganha o Campeonato Inglês desde 1990, quando ainda não havia a Premier League. De lá para cá, foi vice-campeão em 2002 e chegou perto da taça em 2014. Chegou à antepenúltima rodada como líder, com onze vitórias consecutivas. Naquela tarde, a torcida recebeu o ônibus da equipe em um corredor com o canto de "We're going to win the league, we're going to win the league, we're going to win the league, we're going to win the league." Este comentarista teve a felicidade de presenciar a emoção daqueles torcedores, ao lado do narrador Paulo Andrade, da ESPN. Em campo, o Liverpool não respondeu. Caiu por 2 x 0 para o Chelsea, de José Mourinho, e perdeu o troféu para o Manchester City.

Aquele, do técnico Brendan Rodgers, de Phillippe Coutinho, de Luis Suárez e Steven Gerrard, era mais fraco do que este de Jurgen Klopp, Salah, Mané e Firmino. Nas últimas rodadas, Klopp repetiu uma formação usada mais vezes no início da campanha. Em vez do 4-3-3, usa o 4-2-3-1. Contra o Newcastle, escalou Wijnaldum e Henderson, com Shaqiri pela direita, Mané pela esquerda, Firmino de ponta-de-lança, Salah como centroavante.

Salah foi o melhor em campo. Mas você pode discordar. Firmino está muito bem como meia, Lovren fez um golaço, Van Dijk comporta-se sempre como o principal zagueiro do futebol mundial atualmente. Destoou apenas Wijnaldum.

Enquanto isso, em Leicester, o Manchester City perdeu para seus próprios erros. Jogou no 4-1-4-1, com De Bruyne e Bernardo Silva como meias, Gundogan como volante, Sterling e Sané nas pontas. Aguero, centroavante, saiu da área e deu passe perfeito para Bernardo fazer 1 x 0. Logo depois, o brasileiro Danilo foi ao ataque pela meia direita, foi interceptado e o contra-ataque virou gol de Albright. Vale olhar a jogada. Quando Danilo perde a bola, ficam três homens da defesa do City contra dois do Leicester. Mesmo assim, Stones deu o bote, com Laporte na cobertura, mas Delph deixou passar sobre sua cabeça para Albright finalizar.

Em teoria, não se pode tomar o gol com três defensores contra dois atacantes. A marcação estava certa.

No último lance do primeiro tempo, o City puxou contra-ataque com três atacantes contra dois zagueiros. Diferente do Leicester, não fez o gol. Também diferentemente do Leicester, o City estava em superioridade numérica no contra-golpe.

O segundo gol do Leicester foi pior. Porque aí, sim, houve erro. Na cobrança de escanteio, não havia ninguém para o rebote, chutado de fora da área por Ricardo Pereira. O City fica sete pontos atrás do Liverpool. A distância do líder para o vice-líder é de seis pontos, porque o Tottenham assumiu a segunda colocação com a goleada por 5 x 0 sobre o Bournemouth.

O Campeonato Inglês é o mais equilibrado em 35 anos. Mas o Liverpool dá sinais fortes de que pode acabar com seu jejum.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.