Talleres com T de Tolima
Estava claro que o Talleres era o adversário mais traiçoeiro de um time grande do Brasil na fase anterior aos grupos da Libertadores desde que o Corinthians foi eliminado pelo Tolima, em 2011. A previsão confirmou-se com a vitória da equipe de Córdoba por 2 x 0, na noite de quarta-feira (6). O Tricolor precisará vencer por pelo menos 2 x 0 para avançar à sua segunda eliminatória contra Palestino ou Medellín.
Os erros começaram cedo. São Paulo parece ter até gol perdido ensaiado. Incrível como a jogada de maior perigo do primeiro tempo, a cobrança de escanteio desviada no primeiro pau e finalizada por Bruno Alves na segunda trave, foi semelhante ao gol perdido por Diego Souza contra o Guarani. O chute, meio pé, meio canela, saiu atravessado pela pequena área. Depois dessa oportunidade, Hudson finalizou e obrigou o goleiro Ramírez a grande defesa, aos 36 minutos.
O maior pecado do São Paulo não é criar poucas oportunidades, porque essa é apenas a conseqüência. A causa é ter um time lento no meio-de-campo. A bola tarda a chegar a Nenê, a Pablo e a Éverton. Este último, o ponta-esquerda, é o único capaz de dar fluência quando a bola atravessa o centro do campo.
André Jardine entendeu que o Talleres jogaria com três zagueiros. Disse isso no programa Visão FOX, em entrevista a este blogueiro. Acertou. Detalhou que não seria, necessariamente, uma linha de cinco defensores. Godoy, pela direita, e Pocchettino, pela esquerda, subiam até a intermediária. Tentavam o cruzamento de longe, facilidade para a defesa são-paulina. Tiago Volpi não fez nenhuma defesa durante todo o primeiro tempo.
Mas, no segundo, foi pior. O responsável pela primeira finalização foi também o autor do lance mais bonito, o golaço, de Juan Ramírez, chute da entrada da área, depois de o Talleres trocar passes desde o meio-de-campo. O São Paulo já não estava bem. Piorou. André Jardine trocou Nenê por Diego Souza. Escalou o camisa 9 como centroavante, abriu Pablo pela esquerda, deslocou Éverton para a direita e seguiu sofrendo. Aos 30 minutos, Dayro Moreno finalizou de longe e Tiago Volpi espalmou para escanteio. No minuto seguinte, Pablo bateu de canela, na entrada da pequena área. A bola triscou na trave e saiu.
Hudson ainda foi expulso aos 36 da segunda etapa, antes de Pocchettino marcar o segundo gol.
O jogo mais traiçoeiro desde o Corinthians contra o Tolima confirmou-se uma pedreira para a virada no Morumbi, semana que vem.
Para uma equipe que pretende ser de troca de passes, é um problema ter apenas 44% de bola no pé contra o décimo segundo colocado da Argentina. O que está em questão no São Paulo não é a falta de jogadores. O elenco é suficiente para montar uma boa equipe. A discussão é como ter um time competitivo.
Passou da hora de o Brasil achar que seus times são melhores porque têm jogadores mais famosos.
Quarta-feira, 6/fevereiro/2019
TALLERES 2 x 0 SÃO PAULO – 21h30
Local: Mario Kempes (Córdoba); Juiz: Wilmar Roldán (Colômbia); Gol: Juan Ramírez 20, Pocchettino 42 do 2º; Cartão amarelo: Cuba
TALLERES (3-5-2); 22. Herrera (6,5), 14. Tenaglia (6), 6. Komar (6) e 15. Díaz (5,5); 25. Godoy (6,5), 8. Cubas (6), 5. Guiñazú (5,5), 20. Juan Ramírez (7) (13. Bersano 28 do 2º (5,5)) e 23. Pocchettino (6); 17. Dayro Moreno (5,5) (9. Arias 37 do 2º (sem nota)) e 7. Palacios (6,5). Técnico: Vojvoda (6)
SÃO PAULO (4-1-4-1): 1. Tiago Volpi (7), 20. Bruno Peres (5), 5. Arboleda (5,5), 3. Bruno Alves (6) e 6. Reinaldo (5,5); 8. Jucilei (5,5); 10. Nenê (5) (9. Diego Souza 21 do 2º (5)), 25. Hudson (4), 15. Hernanes (5,5) (William Farias 37 do 2º (sem nota)) e 22. Éverton (5,5); 12. Pablo (5,5). Técnico: André Jardine (5)
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