Saudade do artilheiro
Dos 573 passes do Santos no empate por 1 x 1 contra o River Plate, do Uruguai, 58% aconteceram no campo de ataque.
É como o técnico Jorge Sampaoli deseja. Como filosofia, é perfeito. Querer ter a bola significa pressionar o adversário e, além disso, não correr o risco de sofrer o gol.
Carlos Alberto Parreira sempre foi adepto da posse de bola. A seleção de 1994 era assim. Com uma diferença fundamental em relação aos senhores da bola atuais. Sampaoli, Guardiola, Marcelo Bielsa cultivam outra característica que, combinada com o controle do jogo com bola no pé, faz muito bem à beleza do espetáculo: pressão. Parreira tinha ojeriza a tomar a bola no ataque, porque avançar as linhas significa correr riscos atrás.
Sem pressão, há momentos em que a troca de passes fica chata. O Santos teve 73% de controle da bola e chutou 15 vezes, mas só cinco delas com perigo. O Pacaembu vazio atrapalhou. Não tem importância diante do fracasso na tentativa de ter um título internacional neste ano. O Santos está fora da Copa Sul-Americana, porque empatou por 1 x 1 com o River Plate, do Uruguai. Gol de Mauro Da Luz para os uruguaios, Soteldo empatou para o Santos na reta final do jogo.
O Fluminense não gasta a bola. O Antofagasta. Com o perdão do trocadilho, o Fluminense troca passes insistentemente. Do total de 590 passes, o Fluminense trocou 57% no campo ofensivo. Finalizou 16 vezes, oito contra o goleiro Hurtado. Mesmo assim, não entrou na meta adversária.
Diferente do Santos, o Fluminense tem a segunda chance de classificação, no Chile, contra o quarto colocado do Campeonato Chileno.
Insistir na filosofia de Fernando Diniz é perfeito. Ter convicção numa maneira de jogar é fundamental. Não existe só um jeito de ganhar. Mas é preciso, aos poucos, ver a evolução da troca de passes para as finalizações certas. Historicamente, mostra o site Footstats, o Brasil não é o país onde a posse de bola leva aos títulos. O número de finalizações sinaliza mais troféus. Há exceções. O Fluminense de 1984, o Corinthians de 2002, ambos dirigidos por Parreira, tinham a troca de passes como filosofia, levaram a títulos relevantes.
Na terça-feira, o Fluminense homenageou seu maior goleador, Waldo, 319 gols, 403 jogos, entre 1954 e 1961. Na homenagem a seu maior goleador, o Tricolor mostrou seu estilo, mas ficou devendo gols.
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