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Coluna do PVC

Atlético pensa em sucesso no Mineirão como transição para novo estádio

PVC

25/03/2019 16h04

Em três jogos depois do retorno ao Mineirão, o Atlético soma 129.929 pagantes. Média de 43.309 por jogo contra América, Tupynambás e Cerro Porteño.

Em duas partidas de estadual, a média é de 45.576. A única no país que rivaliza com os 39 mil do Flamengo no Campeonato Carioca, levando em conta todos os estaduais. Bem entendido, a média do Atlético no campeonato é de 18 mil por partida. No Mineirão é um caso à parte. A média do Flamengo é a maior de qualquer clube no século, em qualquer estadual.

Mais do que o índice alto de atleticanos no Mineirão, chama a atenção a decisão de retornar ao maior estádio de Minas. Desde a reinauguração, em 2013, o Atlético posicionou-se de maneira contrária à administração da Minas Arena. Na gestão de Alexandre Kalil, houve até momentos em que o clube optou pelo Mineirão. Por exemplo, nas viradas contra Corinthians e Flamengo, nas quartas e semifinais da Copa do Brasil de 2014.

Kalil nunca descartou que o Atlético ganhasse mais dinheiro jogando no Mineirão do que no Independência. Não admitia, no entanto, entregar dinheiro que, em sua opinião deveria ser do clube, para a gestora do palco.

Sérgio Sette Camara pensa diferente. "O Mineirão hoje é importante até para fazer a transição para a Arena MRV", diz o dirigente. Na sua opinião, há uma demanda de atleticanos que desejam ir aos jogos, mas não têm espaço no Independência. Recolocá-los no estádio pode ser importante para quando houver 48 mil lugares disponíveis, depois da inauguração do novo campo, daqui a três anos. "Você vai ao estádio porque seu pai levou. Se ficar em casa, pode perder o hábito", diz Sette Camara.

O Atlético se orgulha de ter conseguido resultado financeiro de R$ 385 mil no clássico contra o América. Na verdade, com o desconto das despesas, o Atlético arrecadou R$ R$ 139.018, de acordo com o borderô da Federação. O saldo líquido foi de R$ 54 mil. Contra o Guarani, no Independência, com pouco mais de 9 mil pagantes, o Galo ficou com R$ 42 mil. O saldo líquido, neste caso, foi de R$ 18 mil.

A direção do Atlético não está contando apenas o dinheiro. Entende, hoje, que é preciso abrir espaço para mais atleticanos terem acesso ao estádio. Entende também que com mais torcedores comprando bilhetes, as vendas em sua loja oficial, no bairro de Lourdes, triplicou.

Com as promoções de shows na esplanada do Mineirão e dentro do estádio, e com a parceria com uma companhia de cervejas que permite a venda de bebidas do lado de fora a preço de custo (três cervejas por R$ 10), a bilheteria do Atlético é um sucesso.

Isso não exclui o velho pensamento de Alexandre Kalil. O Atlético ganha mais dinheiro com o Mineirão, mas a Minas ganha dinheiro que, em outros tempos, seria do Atlético.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.