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Coluna do PVC

Seleção na era Tite leva mais gente ao estádio do que 19 clubes da Série A

PVC

26/06/2019 04h00

Se a Seleção Brasileira não comove mais como no passado, ainda leva público aos estádios brasileiros em número maior do que 19 dos 20 clubes da Série A.

Nos doze jogos disputados em território nacional durante a era Tite, a média de público é de 37.370, com 74% de ocupação dos estádios. É pouco menor do que o índice total, computados também os cinco jogos no Brasil da segunda era Dunga, ou seja, todo o período após a Copa do Mundo de 2014: 37.286.

De todos os clubes campeões de público, ano após ano, depois da Copa do Mundo de 2014, só o Flamengo, em 2019, ultrapassa a casa dos 37 mil. O rubro-negro leva em média 45.327 torcedores por partida (43.776 no Brasileirão).

Os líderes do público no Brasil, nos anos completos depois da Copa do Mundo de 2014, foram:

2015 – Corinthians – 33.480
2016 – Corinthians – 30.336
2017 – Corinthians – 37.796
2018 – Flamengo – 37.549
2019 – Flamengo – 45.327

Como Corinthians e Flamengo entre 2017 e 2018, a Seleção Brasileira está na mesma faixa dos 37 mil por jogo. Em todos estes anos, 19 clubes da Série A tiveram índice menor do que este.

Em décadas passadas, a média de público para ver o Brasil em campo era maior. Os estádios também eram gigantescos. Entre 1970 e 1974, entre o tricampeonato e o embarque para a Copa da Alemanha, houve 16 partidas dentro do país com público conhecido. A média foi de 79.123 torcedores. Na época, o Maracanã comportava 200 mil espectadores, o Morumbi tinha 150 mil lugares, o Beira Rio comportava 80 mil pessoas e o estádio Hélio Prates, atual Mané Garrincha, podia receber 45 mil pessoas. Foram os palcos usados naquele período. Como o número de espectadores na partida contra o Haiti, na inauguração do Hélio Prates, não é conhecido, a capacidade média dos estádios usados naquele período era de 143 mil lugares. A ocupação média foi de 55%.

A Seleção também é vítima de um antigo fenômeno do futebol brasileiro: público grande em jogo grande versus público pequeno em jogo pequeno. No período dourado, posterior ao tri, houve 138 mil pagantes para a despedida de Pelé, contra a Iugoslávia, em 18 de julho de 1971. Três dias depois, 38 mil pagaram ingressos num Maracanã de 200 mil lugares. Vaiaram Zagallo e pediram João Saldanha, num insosso empate por 0 x 0 contra a Hungria.

A média de público na primeira era Telê Santana, entre 1980 e 1982, foi de 70 mil pessoas, com Parreira, entre 1991 e 1994, de 44 mil, na primeira era Felipão (2001/2002), de 46 mil. Nessas épocas, os estádios brasileiros eram maiores do que são atualmente.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.