Fábrica de vilões, pênaltis condenam quem cobra e quem não cobra
Diego deixou o Maracanã afirmando ter treinado a cobrança no meio do gol, por ter informação de que o goleiro Santos costumava escolher um lado e cair. Bateu fraco, segundo ele, para ter precisão, e alto, para evitar que Santos alcançasse a bola com o pé. A cobrança foi bizarra, porque Santos apenas levantou os braços e espalmou a bola endereçada exatamente para suas mãos.
Ronaldão chutou mais forte, mas só não foi vilão, e ninguém se lembra de sua cobrança bizarra, porque o São Paulo venceu.
Diego cobrou 14 pênaltis desde que chegou ao Flamengo e perdeu cinco. Seu desperdício é de 35%, o que indica que jamais deveria ter sido escalado para a disputa.
O camisa 10 da Gávea cobrou pessimamente e é um dos responsáveis pela eliminação, assim como o sistema defensivo que sofreu gol de Rôni, em jogada anunciada antes da partida, como Vitinho e Éverton Ribeiro, que também desperdiçaram suas cobranças.
A fábrica de vilões escolheu um só: Diego.
No Beira-Rio, há outro vilão eleito: Dudu.
Desde sua chegada ao Palmeiras, em 2015, houve onze disputas por pênaltis. Dudu estava em campo em oito, mas só participou de quatro. Das quatro vezes, perdeu pênalti contra o Nacional, de Montevidéu, no Torneio do Uruguai, e contra o Corinthians, na final do Paulista de 2018. Na semifinal da Copa do Brasil de 2015, contra o Fluminense, tinha condição de cobrar. Não cobrou.
Pouca gente se lembra e o levantamento do jornalista Rafael Bullara ajuda a entender por que Dudu não cobra: seu aproveitamento é ruim. Mesmo que possa ser lembrado de que quis cobrar e marcou em jogos de Campeonato Paulista, contra o Mirassol, em 2018, e contra o Novorizontino, em 2019. Jogo resolvido, quis deixar sua marca e converteu.
Alguém pode questionar se um jogador profissional, que recebe perto de R$ 1 milhão, tem direito a essa opção, de cobrar ou não cobrar. Tem de assumir e pronto? Ou o técnico tem de entender que o risco de perder é maior?
Se o Flamengo perdeu a Copa do Brasil de 2017, entre outras razões, porque Diego perdeu pênalti contra o Cruzeiro, por que tinha de cobrar contra o Athletico Paranaense?
Antes que alguém use a nefasta expressão "passar pano", típica de quem analisa com o fígado, entenda-se que aqui há uma ponderação sobre as razões que levam ao erro. Escalar quem cobra mal é um desses motivos.
Zico perdeu pênalti em disputas assim, pelo Flamengo, contra o Vasco, em 1976. No ano seguinte, Tita desperdiçou. Zidane deixou de cobrar por ser expulso antes do fim do jogo. Sócrates perdeu na disputa contra a França. Rivelino não cobrou na semifinal do Brasileiro de 1976, jogo da invasão corintiana, em que o Fluminense foi eliminado na disputa por penais.
Cada um destes casos está na história.
Diego e Dudu ficarão também.
Mas serão lembrados por muitos outros bons momentos também.
O Palmeiras foi eliminado pelo Internacional, porque jogou mal.
O Flamengo caiu contra o Athletico Paranaense e foi para os pênaltis, porque não conseguiu vencer em noventa minutos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.