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Coluna do PVC

Vitinho brilha no maior espetáculo do Brasil

PVC

10/10/2019 21h13

O show de luzes nas arquibancadas lotadas depois do terceiro gol do Flamengo confirmam que o Maracanã é hoje o maior espetáculo do Brasil. Não parece haver divisão num país que agora se veste de rubro-negro e num palco que, para muitos, não tinha mais alma. O Flamengo convida a visitar o Maracanã. Foi preciso paciência para o time de Jorge Jesus abrir o marcador, com William Arão, aos 37 minutos do primeiro tempo.

O Atlético repetiu o sistema tático 5-4-1, que se transforma em 3-4-3 quando vai ao ataque. No primeiro tempo, quase nunca. Mestre neste sistema, Antonio Conte fez com que Juventus e Chelsea ganhassem campeonatos nacionais da Itália e Inglaterra, mas com muito mais mobilidade do que o Atlético. Transição rápida para atacar é fundamental para dar certo. Ou a equipe chama a adversária para seu campo e insiste em sofrer o gol.

Foi assim contra o Flamengo, que joga em 5G, no Brasileirão em que a velocidade ainda é 3G.

O rubro-negro amassa na saída de bola, com a subida incansável dos três meias, dos dois atacantes e dos laterais, para dificultar a saída de bola.

Verdade que o Atlético deu susto no início da segunda etapa, quando Rodrigo Santana trocou Ricardo Oliveira por Marquinhos e adiantou Cazares para jogar como centroavante. A bola parou um pouco mais na frente e Nathan fez uma obra prima no gol de empate.

Imediatamente, a torcida rubro-negra levantou-se, como se tivesse visto seu time fazer o gol — e não sofrer.

Contestado, Vitinho já tinha oferecido o passe para William Arão marcar o primeiro, em cobrança de escanteio. Então, inventou um gol num chute do bico da grande área, quando o Atlético mais acreditava que poderia incomodar. Com seu nome aplaudido por todo o Maracanã, Vitinho foi substituído depois do terceiro gol, de Reinier. Recebeu como prêmio os braços de Jorge Jesus estendidos para o abraço e o canto agradecido da arquibancada do Maracanã.

O Flamengo abre oito pontos e aponta em direção ao sétimo título brasileiro. Já houve duas viradas deste tamanho. O que torna improvável a terceira reviravolta é a qualidade do futebol rubro-negro.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.