Dos males, o maior foi revelado por Montenegro

De todos os danos causados pelo áudio vazado de Carlos Augusto Montenegro, o pior é a crise de credibilidade que pode causar ao Botafogo.

Já é grave dizer que não quer nenhum jogador do atual elenco no ano que vem. Nem Gatito Fernández. Gravíssimo desconsiderar o técnico recém-contratado, tratando -o como descartável.

Mas dizer que uma parte do dinheiro do fundo de investimento, que nem sequer foi montado, será mesmo para pagar rescisões de contratos, é avisar ao mercado, antecipadamente, do risco de essa nova cifra que sair pelo ralo.

O projeto da sociedade de propósito específico é sério, está sendo montado a partir de estudo encomendado pelos irmãos João e Walter Moreira Salles, e não tem a pretensão de tornar o Botafogo uma potência econômica a curto prazo.

Trata-se do investimento inicial de R$ 350 milhões para equacionar as dívidas, montar o time para uma fase de transição e estruturar o novo centro de treinamento que revelará jogadores para o futuro alvinegro.

O dinheiro não vai sobrar e precisará ser usado com a sabedoria que faltou a Carlos Augusto Montenegro. O Botafogo procura uma nova fórmula de administração. O plano não é encontrar novos mecenas tolos, para perpetuar velhos vícios.