Clube do coração de Irmã Dulce, Ypiranga da Bahia espera por milagre
Irmã Dulce agora é Santa Dulce dos Pobres, depois da canonização anunciada pelo Papa Francisco, na manhã de domingo (13), no Vaticano. A primeira santa brasileira, e baiana, teve o reconhecimento de milagres e tem hoje seu clube de coração à espera de mais um, para voltar a figurar entre os maiores clubes da Bahia.
Irmã Dulce era torcedora apaixonada do Ypiranga, de Salvador, o mesmo clube de Jorge Amado. É a história do futebol nordestino. Fundado em 1906, conquistou dez títulos estaduais. Até a inauguração da Fonte Nova, em 1951, o clube amarelo e preto da Vila Canária, era o maior rival do Bahia e dono de dez títulos estaduais — o Tricolor tinha doze e o Vitória, dois.
A santa baiana visitava frequentemente o velho campo da Graça, antecessor da atual arena soteropolitana. O Ypiranga é hoje um clube da segunda divisão, mas licenciado das últimas três temporadas. "Eu diria que precisamos mesmo de um milagre para voltar a jogar em alto nível e pensar numa semifinal do Campeonato Baiano", diz o ex-presidente Émerson Ferreti, hoje conselheiro e comentarista da rádio Transamérica de Salvador.
Embora seja força de expressão, Ferreti expressa a dificuldade do clube, como de boa parte de antigos campeões do futebol brasileiro. O desaparecimento lento e o risco de extinção atingem times tradicionais como Portuguesa-SP, América-RJ, Bangu-RJ, Galícia (BA), Goiânia-GO, todos antigos vencedores em seus estados. "Vai acontecer alguma coisa e vai ser em breve. O terceiro time em títulos na Bahia, conhecido como mais querido, vai voltar", garante o presidente Waldemar Filho.
Curiosamente, depois do último troféu, em 1951, o Ypiranga sobreviveu como clube intermediário até a queda para a segundona em 1999, junto com o Galícia, seu rival histórico.
O Ypiranga atualmente aguarda um milagre governamental: a desapropriação de um pedaço de sua área. "Embora nos tire terreno, pode ajudar a construir uma infra-estrutura que nos falta", diz Ferreti. No fundo, o Ypiranga precisaria mesmo de um investidor, capaz de injetar o dinheiro suficiente para disputar a Segunda Divisão e retornar à elite. O atual presidente é Waldemar Filho.
A ideia de reconstrução exige trabalho longo. Não menos do que três anos, para voltar a disputar a primeira divisão do estadual. Melhor pensar em mãos à obra do que esperar pelo milagre. Em sua vida, nas arquibancadas, no velho campo da Graça, Irmã Dulce já contribuiu com sua parcela.
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