Zico!

Pode até ser um exagero dizer que só Zico lota jogos beneficentes entre o Natal e o Ano Novo.

Talvez.

Mas toda vez que a câmera da TV se abre ou você passa pelas catracas do Maracanã em dezembro, Zico está lá e as arquibancadas cheias.

Zico tem a barriga cada ano maior, absolutamente compreensível para um homem de 66 anos, que não chuta uma bola de súmula há 25. E, mesmo assim, quanto maior seu abdômen, maior parece o público.

Tem mais gente para ver Zico em seu jogo anual do que a média de Fluminense, Vasco, Botafogo, Santos e Atlético Mineiro, no Brasileirão.

Zico tem convidados especiais. Como Petkovic, Michael, muitas vezes Adriano, que chega atrasado, Adílio, Andrade, Petkovic, que nesta edição saiu machucado.

Mas há tantos craques consagrados em outros jogos festivos e sem festa igual à de Zico no Maracanã.

Mas Zico tem sempre seu carisma.

Une-o ao Maracanã. Não é pouco.

Há e sempre haverá um pai que dirá ao filho que ele precisa ver Zico. Há 32 anos, quando Luciano do Valle criou a Copa Pelé, havia fila em frente à sede da Federação Paulista para comprar ingresso para a abertura, Brasil x Itália, porque Pelé ia jogar no Pacaembu. Eu estava na fila. Não me arrependo.

Nem o pai que leva o filho para ver Zico no Maracanã.

Nem o filho que aceita o pedido do pai.

Quem não viu antes, sempre vai se lembrar. Quem viu sempre cantará os versos de Moraes Moreira e se debulhará em lágrimas ao ver um novo gol do Galinho: "Agora como é que eu fico, nas tardes de domingo/ Sem Zico, no Maracanã / Agora como é que eu me vingo de toda desgraça da vida / Se a cada gol do Flamengo eu me sentia um vencedor.