Adeus, professor!
Das muitas coisas surpreendentes no São Paulo de Telê Santana, no início dos anos 1990, uma era o treinamento de goleiros.
Zetti, Marcos e Alexandre não saíam jogando com os pés, mas as sessões de treinamentos impressionavam pela precisão dos chutes. O treinador acertava sempre o local mais improvável e difícil, com incríveis força e certeza: Valdir de Moraes.
Como estávamos no início dos anos 1990 e o maior cobrador de faltas do país era Neto, talvez ilustre a capacidade de chute de Valdir de Moraes dizer que ele acertava mais do que o camisa 10 do Corinthians.
Nesse momento de sua carreira, aos 60 anos, não fazia mais as defesas impressionantes que marcaram sua trajetória do título gaúcho de 1954, pelo Renner, ao Paulista de 1966, seu último troféu como titular. Em 1967, também foi campeão da Taça Brasil e do Robertão, mas na reserva de Perez.
Usava a experiência para treinar goleiros com a velocidade da bola equivalente à dos jogos, daí a precisão e força de seus chutes. Pouca gente deu tanta contribuição para goleiros brasileiros do que Valdir, em seus 88 anos. Até para corrigir apressados ao afirmar que este ou aquele goleiro errou.
Há mais ou menos doze anos, Valdir recebeu um telefonema para saber se concordava com a falha de um goleiro que tinha rebatido a bola para o meio da pequena área. Rebater para frente sempre é falha? "Ele fez o que pôde com uma defesa quase impossível. O único lugar para onde conseguiu rebater foi para lá. Cabia a algum zagueiro estar ali para ajudar."
Com 1,70 m de altura e uma carreira de alto nível por quinze anos, dá para imaginar quantas vezes Valdir de Moraes fez defesas impossíveis.
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