Desafio do Palmeiras será mudar a foto do vestiário
A metáfora é antiga e Vanderlei Luxemburgo gostava de usá-la, quando era necessário fazer mudanças em vestiários, sem alarde, sem abrir mão de referências e, ao mesmo tempo, conseguir melhor desempenho de quem não rede há tempo. Um exemplo disso pode ter sido o Cruzeiro de 2002. Muita gente se lembra da versão 2003, melhor time do Brasil, sem notar que o Cruzeiro foi dirigido por Vanderlei Luxemburgo durante todo o segundo semestre do ano anterior e perdeu a vaga nas quartas-de-final do Brasileiro na última rodada.
Daquela equipe, permaneceram referências como o goleiro Gomes, o zagueiro Cris, o meia Alex e o lateral-esquerdo Leandro. Aos poucos, a foto do vestiário foi mudando. Vanderlei Luxemburgo deixou de contar com Marcelo Ramos, Fábio Júnior, com o meia Jorge Wágner.
Outro exemplo foi o Palmeiras de 1996. Ao retornar ao Parque Antarctica para sua segunda passagem, contratou Djalminha e Luizão, manteve Rivaldo e Muller, abriu mão de Edílson, Válber, Nílson…
O primeiro Palmeiras 2020, de Vanderlei Luxemburgo, tem jogadores que não renderão e provavelmente desaparecerão pouco a pouco da equipe. Caso explícito de Lucas Lima. Também há quem diga dentro do clube que a torcida não suporta mais Diogo Barbosa. Há aqui uma dualidade entre duas características do passado do treinador. De um lado, mudar a fotografia do vestiário, tirando de cena quem julgar que não renderá. De outro, extrair o máximo possível de atletas que parecem desgastados.
Não é porque a torcida não suporta Diogo Barbosa que ele não possa ser o lateral titular da nova versão 2020. Pelas informações internas, Luxemburgo parece muito propenso a ter Wéverton, Felipe Melo e Gustavo Gómez na zaga, Patrick de Paula e Gabriel Verón, da base, Dudu e Raphael Veiga como referência, Luiz Adriano como centroavante.
Não há a mesma certeza sobre Lucas Lima, Scarpa, Zé Rafael, Deyverson, até mesmo Diogo Barbosa.
Mudar a foto do vestiário é a metáfora para transformar o ânimo, tirar os sem vontade, reequilibrar o ímpeto. Isso também vai depender de contratações, que só chegarão à medida em que parte do elenco deixe o clube.
Contra o Atlético Nacional, o Palmeiras ainda teve profunda dificuldade para impor seu jogo no campo de ataque, envolver o time adversário, sem precisar atraí-lo para contra-golpear. Ainda não foi Academia, como anuncia o presidente Maurício Galiotte.
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