Números da Europa indicam que posse de bola é bom, mas não ganha sempre

Dos quatro principais campeonatos da Europa, só um tem a liderança ocupada por um time que faz da posse de bola sua razão de viver: a Série A da Itália. Lá, a Juventus tem 57% de posse de bola. A Internazionale, vice-líder, é a nona colocada na troca de passes.

Na Espanha, Inglaterra e Alemanha, o líder de posse de bola não ocupa a primeira posição na tabela. O Barcelona (62%) está em segundo lugar, atrás do Real Madrid (56%), o Bayern (63%) está abaixo do Leipzig, quarto no ranking dos passes (54%). Na Inglaterra, o Manchester City é o vice-líder, mas tem 61% de posse contra 58% do Liverpool.

Mesmo assim, líder e vice-líder têm, nos quatro maiores campeonatos, mais de 50% do tempo com bola no pé. Indica que é melhor empurrar o adversário do que ser empurrado e tentar ganhar no contra-golpe.

Claro que isso não é ciência exata, como mostrou a derrota do Barcelona para o Valencia, no sábado passado (25).

Curioso, então, é notar que a Itália, onde historicamente os times se defendem bem e contra-atacam, os dez primeiros colocados na tabela de classificação tenham mais de 50% de posse de bola. Na Alemanha, só os seis primeiros. Significa que doze times jogam entregando o controle da partida ao adversário, em média.

Na Inglaterra, a tabela dos que possuem mais de 50% com bola no pé vai até o nono colocado nesse ranking, o Norwich. Na Espanha, só sete times têm mais de metade do tempo com bola no chão.

No Brasil, onde se imagina que a maior parte das equipes tenha sido reativa nos últimos anos, o Brasileirão 2019 foi vencido pelo segundo em posse de bola, o Flamengo, e dez times tiveram mais de 50% do tempo com bola no pé.