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Coluna do PVC

A vida de Luis Alvaro em livro. "Lula me chamou de Bolívar do futebol!"

PVC

13/11/2015 10h42

O ex-presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, lançou o financiamento coletivo para publicar seu livro, Paixão e Ousadia. A obra, escrita pelo jornalista Bruno Freitas e pelo ex-gerente de comunicação do Santos, Arnaldo Hase, conta a trajetória do dirigente do nascimento, neto de ex-presidente de seu clube do coração, até a chegada ao segundo posto do Ministério da Fazenda, na gestão de Luiz Carlos Bresser Pereira, na segunda metade dos anos 80.

A conversa com Luis Alvaro é sempre longa. Deliciosa. Se deixar, ele conta o livro inteiro, sua vida toda. Mas é claro que a passagem mais marcante é a de presidente do Santos.

O homem que manteve Neymar.

Para muitos, o homem que não segurou Neymar.

De sua gestão, ficou um ensinamento para o futebol brasileiro, que pouca gente leva em conta. Durante quatro anos, o Santos manteve seu craque e em 2012 Neymar chegou a receber 12 milhões de euros, 2 milhões a mais do que Cristiano Ronaldo ganhava do Real Madrid. Fruto do plano de carreira e de marketing que permitiu ao Santos dar ao craque 90% dos contratos publicitários.

"Você acha que isso ficou como legado para o futebol brasileiro ou que a maior parte das pessoas julgou que deveria ter vendido antes", pergunto.

"Acho que ficou como ensinamento. Durante três anos, o Santos resistiu à pressão, inclusive do pai dele. Até o dia em que percebi que o Neymar estava mais triste no vestiário do que costumava vê-lo. Perguntava a ele o que estava acontecendo e ele me respondia: 'Não é nada, presidente. Isso passa." Até o momento em que o chamei à minha casa, questionei se ele queria ir e ele me respondeu que sim. Eu sempre perguntei ao pai se havia um pré-contrato, algum tipo de acordo e ele sempre disse que não. O Neymar, o jogador, sempre foi leal comigo. Mas acho que ficou sim o ensinamento. O Lula me chamou de 'O Bolívar do Futebol', por ter conseguido segurar o craque por tanto tempo."

A questão é bem polêmica. A posição deste colunista sempre é a mesma de Luis Alvaro. É preciso acreditar que dá para criar condições de manter jogadores aqui por mais tempo. Com o dólar a R$ 4,00, é impossível. Mas com o dólar a R$ 2, como na época, com a economia estável, dá para fazer.

O livro de Luis Alvaro você pode comprar participando do financiamento coletivo, pela bookstart. Se quiser, clique aqui:

 

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.