Ninguém quer a bola no Brasileirão
A rodada de quarta-feira do Campeonato Brasileiro teve sete jogos, nenhum empate, e seis vencedores com uma característica em comum: não queriam a bola. Corinthians, São Paulo, Chapecoense, Grêmio, Flamengo e Coritiba terminaram suas partidas com menos de 50% do tempo de bola no pé.
A exceção foi o Vitória, do técnico Vágner Mancini, que ganhou do Sport por 3 x 2 e controlou o jogo com 58% de posse de bola. Só que no Barradão a superioridade expressou-se também no número de finalizações. Foram 18 x 8 para a equipe baiana.
A quarta-feira teve bons jogos, o melhor deles entre Grêmio e Santos, mas a estatística contrasta com o estilo mais praticado nos principais centros do planeta. Gosta-se mais da bola do que os times brasileiros mostraram.
O Grêmio costuma prezar a troca de passes, mas recuou depois de fazer 1 x 0 aos dois minutos. Esperou o Santos, entregou ao rival a responsabilidade de infiltrar-se na defesa fechada, fez o segundo gol ainda na primeira etapa, sofreu o empate e conquistou a vitória num bom passe de Giuliano para Marcelo Hermes. Ganhou o clássico com 39% de posse.
O Corinthians contratou Cristóvão Borges pensando em trabalhar a bola como Tite gostava. Contra o América, marcou quase o tempo inteiro atrás da linha do meio-de-campo e foi beneficiado por um pênalti inexistente marcado pelo árbitro mato-grossense Wágner Reway. Venceu com 44% de bola no pé.
O São Paulo foi exceção. Apeesar de terminar a partida também com 44% de posse de bola, a equipe de Edgardo Bauza fez seu melhor primeiro tempo desde a paralisação da Libertadores. Teve paciência, rodou o jogo pelos dois lados, aproveitou a bola parada e um contra-ataque de Michel Bastos. Na temporada, 41% dos gols tricolores são fruto de faltas e escanteios.
Santos e Atlético Mineiro são as equipes com maior porcentagem de posse de bola no Brasileirão. Neste momento, nenhum dos dois está no grupo dos que se classificam para a Libertadores do ano que vem.
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