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Coluna do PVC

Brasil joga bem, vence onde é difícil e iguala recorde de vitórias

PVC

16/11/2016 00h44

O que mais impressiona no atual momento da seleção brasileira não é o talento, porque quem não é míope sabia que qualidade dos jogadores havia. É a dedicação. Não é a melhor seleção do mundo, não há certeza de que o trabalho vai continuar assim, em lua-de-mel, mas existe um estilo moderno, de marcação no campo de ataque e bolas recuperadas que se transformam em gol. Vá lá que Gabriel Jesus recuperou uma dessas bolas depois de um passe errado brasileiro. Mas estava ali, posicionado para pegar o rebote da defesa e oferecer o segundo gol para Renato Augusto.

Antes, estava atento para pegar a sobra da defesa peruana e finalizar com frieza de um veterano.

Gabriel Jesus foi o melhor jogador em campo. Um passe e um gol. Termina o ano como goleador da seleção, junto com Coutinho. Pela primeira vez desde 2011, Neymar fecha um ano sem ser o principal artilheiro.

É bom. O Brasil depende de Neymar, mas não tem só ele.

A seleção sofreu nos primeiros quinze minutos, levou bola na trave de Carrillo, teve dificuldade para marcar Cueva. Então, colocou a bola no chão e jogou. Não se diga que é simples ganhar do oitavo colocado das eliminatórias, porque o Brasil só empatou nas duas últimas visitas e não fazia dois gols de vantagem em Lima, contra a seleção peruana, desde 1975. Nos últimos 41 anos, foram quatro viagens a Lima para enfrentar o Peru, com três empates e um triunfo por 1 x 0, gol de Antônio Carlos em 2000.

Não é simples jogar lá.

O Brasil termina o ano como a seleção com menor número de derrotas no mundo, junto com a França, que empatou por 0 x 0 contra a Costa do Marfim. Num mundo de seleções extremamente equilibradas, em que Islândia e Albânia vencem potências como Inglaterra, Holanda, França e Portugal, o Brasil está no meio do bolo. Aos poucos, recupera o tempo perdido. Torna-se uma boa seleção. O objetivo não é terminar as eliminatórias na liderança. É chegar à Rússia com chance de ser campeão mundial.

16/novembro/2016

PERU 0 x 2 BRASIL – 00h15

Local: Nacional (Lima); Juiz: Wilmar Roldán (Colômbia); Gols: Gabriel Jesus 13, Renato Augusto 32 do 2º; Cartão amarelo: Renato Augusto (3'), Loyola (18'), Cueva (46')

PERU: Gallese (5,5), Corzo (6) (Advíncula 32 do 2º), Christian Ramos (5), Alberto Rodriguez (5) e Loyola (5,5); Aquino (5); Polo (4,5) (Sánchez 29 do 2º (sem nota)), Cueva (6,5), Yotún (5,5) e Carrillo (6) (Ruidiaz 16 do 2º (4)); Guerrero (5). Técnico: Ricardo Gareca

BRASIL: 1. Alisson (6,5), 2. Daniel Alves (6,5), 13. Marquinhos (7), 3. Miranda (6) e 6. Filipe Luís (6); 5. Fernandinho (cap) (6,5); 11. Coutinho (7,5) (7. Douglas Costa 41 do 2º (sem nota)), 8. Renato Augusto (7), 15. Paulinho (6) e 10. Neymar (6,5); 9. Gabriel Jesus (8) (19. Willian 36 do 2º (sem nota)). Técnico: Tite

 

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.