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Coluna do PVC

Por que razão o Palmeiras sofreu contra o Wilstermann

PVC

16/03/2017 01h18

A visita do Jorge Wilstermann ao Allianz Parque foi sua sétima partida na Libertadores em território brasileiro. Levou 5 x 0 do Santos e do São Paulo, 5 x 2 do Corinthians, 3 x 0 do Internacional, 4 x 1 do Flamengo e, incrivelmente, só não levou goleadas do Palmeiras. Em 1974, o bicampeão brasileiro venceu por 2 x 0. Em 2017, uma vitória com gol aos 50 minutos, marcado por Mina, no abafa.

Difícil elogiar uma atuação em que se imaginava folga e o grito só saiu da garganta no último instante. Mas houve razões para a dificuldade. O técnico Roberto Mosquera, o mesmo do Sporting Cristal que venceu o Palmeiras em 2013, o mesmo do Juan Aurich, que roubou um empate do River Plate em 2015 — o time argentino foi campeão daquela edição — montou um sistema 5-4-1, semelhante ao que o Chelsea utiliza na Premier League.

Só que com poucas saídas dos laterais, ou seja, poucas vezes a sanfona fazia o 5-4-1 virar 3-4-3, como em Londres.

Para abrir o cadeado boliviano, seria necessário movimentação, trocas de posição e parcerias, triângulos pelos lados do campo. Só aconteceu até os 20 minutos. Guerra abria espaço nas costas dos volantes e isso abria espaços para Michel Bastos e Dudu criarem pela faixa central.

À medida em que o jogo anda e o gol não sai, o repertório diminui. Mais ainda porque a primeira alteração não foi criativa. A entrada de Keno no lugar de Michel Bastos manteve o desenho, não obrigou o Wilstermann a mudar a estratégia.

O mérito foi congestionar de atacantes nos sete minutos finais. Com Keno, Dudu, Willian, Borja e Roger Guedes, o time abafou até Roger Guedes cruzar e Mina… Mina? Com tantos atacantes, o herói foi o zagueiro.

O melhor em campo, porque deu o maior número de passes certos, desarmou uma vez, fez uma interceptação e foi quem mais finalizou, junto com Borja.

Por não desistir, o Palmeiras mereceu vencer. Mas precisa abrir mais espaços quando enfrentar times tão fechados.

15/março/2017

PALMEIRAS 1 x 0 JORGE WILSTERMANN – 21h45

Local: Allianz Parque (São Paulo); Juiz: Eduardo Gamboa (Chile); Gol: Mina 50 do 2º; Cartão amarelo: Bergesse (26'), Cabezas (31'), Thomas (38'), Alex Silva (59'), Mina (59'), Aponte (70'); Expulsão: Olego (depois do jogo)

PALMEIRAS: 1. Fernando Prass (6,5), 2. Jean (5,5), 26. Mina (8), 3. Edu Dracena (6) e 11. Zé Roberto (5,5); 30. Felipe Melo (6,5); 15. Michel Bastos (6) (27. Keno 19 do 2º (5,5)), 18. Guerra (6) (23. Roger Guedes 29 do 2º (6)), 8. Tchê Tchê (5,5) (29. Willian 37 do 2º (sem nota)) e 7. Dudu (5); 12. Borja (6,5). Técnico: Eduardo Baptista

JORGE WILSTERMANN: 1. Raúl Olivares (6), 28. Omar Morales (6), 2. Alex Silva (6,5), 14. Ortiz (6,5), 22. Zenteno (6) (27. Díaz 42 do 2º (sem nota)) e 4. Aponte (5); 7. Bergesse (6) (20. Rudy Cardozo 15 do 2º (6)), 15. Machado (5,5) e 23. Saucedo (5,5) e 10. Thomas Santos (6,5); 18. Cabezas (5) (24. Olego 37 do 2º (sem nota)). Técnico: Roberto Mosquera

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.