Topo

Coluna do PVC

O Corinthians também gosta da bola

PVC

11/06/2017 18h37

No início do ano, o Corinthians era o time do contra-ataque. Não era da velocidade, mas da saída com passes certos, para chegar à cara do goleiro adversário. Cruzamentos de Arana, finalizações de Jô, que pela primeira vez no ano não fez gol em clássico – desde Teleco, em 1939, não havia quem fizesse gol em cinco clássicos seguidos e Jõ marcou em seis.

O  Corinthians agora sabe jogar com a bola também. Teve 56% de posse de bola e isto desmontou a estratégia do São Paulo, que esperava. Era justo esperar. Rogério Ceni deu um passo atrás e sabe desistir momentaneamente de sua filosofia ideal. Se é preciso marcar mais do que atacar, que se marque.

Só que a estratégia não foi perfeita. Com três zagueiros, muitas vezes um deles saí atrás de um dos pontas. Ou Lucão com Romero, ou Douglas com Marquinhos Gabriel. Abrir a defesa permite o espaço para a infiltração em diagonal, como a que fez Romero para receber o passe para o primeiro gol.

Um gol aos 7 minutos transforma o jogo, mesmo que tenha vindo o empate depois. Dos cinco gols sofridos pelo Corinthians neste ano, quatro foram pelo alto. Como o de Gilberto, em impedimento.

O Corinthians sofreu mais o que está acostumado e sofreu dois gols, como aconteceu contra o Vasco. Antes destas duas partidas, fazia 23 jogos que o time não sofria dois gols em uma só partida.

Então veio o vacilo monstruoso de Maicon, que entregou o contra-ataque do Corinthians e isto resultou no chute de Jô, gol de Gabriel.

Transforma a partida, mesmo com o São Paulo tendo mais posse de bola e mais finalizações do que o Corinthians, no segundo tempo.

O Corinthians está muito forte e agora sabe jogar de duas maneiras diferentes. Com a bola, infiltrando-se no adversário. Ou sem ela, explorando bolas paradas e contra-ataques. É difícil vencer o Corinthians.

 

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

Sobre o Blog

O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.