O Corinthians também gosta da bola
No início do ano, o Corinthians era o time do contra-ataque. Não era da velocidade, mas da saída com passes certos, para chegar à cara do goleiro adversário. Cruzamentos de Arana, finalizações de Jô, que pela primeira vez no ano não fez gol em clássico – desde Teleco, em 1939, não havia quem fizesse gol em cinco clássicos seguidos e Jõ marcou em seis.
O Corinthians agora sabe jogar com a bola também. Teve 56% de posse de bola e isto desmontou a estratégia do São Paulo, que esperava. Era justo esperar. Rogério Ceni deu um passo atrás e sabe desistir momentaneamente de sua filosofia ideal. Se é preciso marcar mais do que atacar, que se marque.
Só que a estratégia não foi perfeita. Com três zagueiros, muitas vezes um deles saí atrás de um dos pontas. Ou Lucão com Romero, ou Douglas com Marquinhos Gabriel. Abrir a defesa permite o espaço para a infiltração em diagonal, como a que fez Romero para receber o passe para o primeiro gol.
Um gol aos 7 minutos transforma o jogo, mesmo que tenha vindo o empate depois. Dos cinco gols sofridos pelo Corinthians neste ano, quatro foram pelo alto. Como o de Gilberto, em impedimento.
O Corinthians sofreu mais o que está acostumado e sofreu dois gols, como aconteceu contra o Vasco. Antes destas duas partidas, fazia 23 jogos que o time não sofria dois gols em uma só partida.
Então veio o vacilo monstruoso de Maicon, que entregou o contra-ataque do Corinthians e isto resultou no chute de Jô, gol de Gabriel.
Transforma a partida, mesmo com o São Paulo tendo mais posse de bola e mais finalizações do que o Corinthians, no segundo tempo.
O Corinthians está muito forte e agora sabe jogar de duas maneiras diferentes. Com a bola, infiltrando-se no adversário. Ou sem ela, explorando bolas paradas e contra-ataques. É difícil vencer o Corinthians.
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