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Coluna do PVC

Galiotte descarta mudanças e diz: "Fiz tudo o que todo palmeirense faria"

PVC

15/08/2017 09h52

A pressão da torcida uniformizada pedindo a saída do diretor de futebol Alexandre Mattos e questionando aquilo que chamou de "rasgar dinheiro" não vai produzir mudanças. O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, deixou claro que não dará resposta e não mudará os planos. "Não vou mudar pessoas, não vou mudar a filosofia. O que não podemos fazer é perder o rumo e sabemos que estamos no caminho", diz o mandatário. "O trabalho continua e não haverá mudanças. Cuca é o treinador, Alexandre Mattos o diretor de futebol."

"Fiz tudo o que todo palmeirense faria", avalia.

Esta última frase tem a ver com as renovações de contrato de Moisés e Dudu, com a contratação de Guerra, eleito melhor jogador da Libertadores, de Borja, apontado como melhor jogador da América do Sul, com a chegada de Felipe Melo. "Não aumentamos o gasto em relação ao ano passado", diz. Refere-se à folha de pagamento. O custo com contratações, sim. Este cresceu.

O erro admitido pela diretoria é o de ter mudado a filosofia da equipe, ao trocar o técnico Cuca por Eduardo Baptista, em janeiro, e voltar para a filosofia anterior, em maio. "Em dezembro, não havia um técnico campeão no mercado para substituir Cuca. Foi a razão de termos mudado a filosofia. Depois, tive de voltar à filosofia anterior e perdi o semestre. Depois, o ano", diz Galiotte.

Na opinião deste colunista, o grande erro foi exatamente este. O outro ponto a ser aprimorado é ter teto de gastos e investimento para que as divisões de base representem um terço do elenco. Assim, não será necessário contratar todos os jogadores do grupo. Mesmo sem história de revelar seus principais jogadores, a base do Palmeiras foi responsável pelo nascimento dos dois maiores ídolos do clube nos últimos vinte anos: Marcos e Gabriel Jesus.

Falta ao Palmeiras de hoje um jeito de jogar definido e menos dependência das pessoas. Do dinheiro da Crefisa, de um diretor que contrata muito e de um técnico campeão, visto como Midas, como era com Felipão e esboçou acontecer com Cuca.

Em tese, o presidente Galiotte concorda com este ponto de vista.

"O clube precisa depender de processos, não de pessoas", diz.

Sobre o Autor

Paulo Vinicius Coelho é jornalista esportivo, blogueiro do UOL, colunista da Folha de S. Paulo. Cobriu seis Copas do Mundo (1994, 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018) e oito finais de Champions League, in loco. Nasceu em São Paulo, vive no Rio de Janeiro e seu objetivo é olhar para o mundo. Falar de futebol de todos os ângulos: tático, técnico, físico, econômico e político, em qualquer canto do planeta. Especializado em futebol do mundo.

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O blog tem por objetivo analisar o futebol brasileiro e internacional em todos os seus aspectos (técnico, tático, político e econômico), sempre na tentativa de oferecer uma visão moderna e notícias em primeira mão.